A Secretaria de Estado da Saúde (SES), por meio do Programa Estadual IST/Aids, realizou ao longo da semana uma capacitação para a equipe que atua na Casa de Apoio ‘Bom Samaritano’. A unidade presta assistência às pessoas que vivem com HIV/Aids em Sergipe e conta com a parceria da SES, que auxilia através de recursos financeiros e humanos.
A equipe recebeu as informações básicas sobre a Aids, além de esclarecimentos sobre as novas estratégias de enfrentamento ao HIV como: a prevenção combinada, tratamento como prevenção, e profilaxia pós exposição (PEP). Além disso, os 15 participantes receberam esclarecimentos sobre o que é carga viral (quantidade de vírus do organismo) e sobre a contagem de células CD4 (que mede a defesa/imunidade do organismo).
“Essas informações ajudam no processo de monitoramento dos pacientes. Além disso, são indicadores para identificar se os medicamentos estão sendo tomados corretamente e os exames realizados”, esclareceu o médico Almir Santana, gerente do Programa Estadual IST/Aids, da SES.
O médico alerta para o fato que, se os pacientes não tomar corretamente os medicamentos, apresentarão aumento da carga viral e de manifestações clínicas da doença. “Se a carga viral subir muito, eles poderão adoecer e apresentarão os sintomas das doenças oportunistas ”, acrescentou Almir Santana.
Entre as principais infecções oportunistas, o gerente do Programa Estadual IST/Aids destaca a tuberculose, toxoplasmose, pneumonia e monilíase oral (sapinho na boca).
Mônica Menezes, assistente social que responde pelo Centro de Integração Raio de Sol (CIRAS), entidade que gerencia a Casa de Apoio, revelou que a capacitação fortaleceu a assistência prestada às pessoas com HIV. “Muitas pessoas que já atuavam na casa, há algum tempo, tinham dúvidas em relação ao HIV/Aids. Foi produtivo e houve muitos esclarecimentos sobre novas estratégias para controle e prevenção”, avaliou.
Casa de Apoio
A casa, que tem capacidade para atender 12 pessoas, hoje presta assistência a seis soropositivos. O Bom Samaritano, atualmente, é gerida pelo CIRAS, com apoio da Secretaria de Estado da Saúde (SES), Secretaria de Estado da Mulher, da Inclusão e Assistência Social, do Trabalho e dos Direitos Humanos e Juventude (SEIDH), Secretaria Municipal de Saúde de Aracaju (SMS), a Secretaria Municipal da Família e da Assistência Social (Semfas).
“Apesar do apoio concedido pela SES e dos recursos dispensados, a unidade precisa muito da participação da sociedade ”, ressaltou Almir Santana.
A unidade recebe pessoas em situação de vulnerabilidade (usuários de drogas, pessoas em situação de pobreza e etc), proporcionando acolhimento, alimentação e toda assistência necessária ao tratamento dos pacientes com HIV/Aids.
O acesso aos serviços é realizado através de avaliação no CEMAR ou na própria Casa de Apoio.
Preconceito e transmissão
Entre os problemas enfrentados pelas pessoas com HIV/Aids, está o preconceito. Por isso, o médico Almir Santana esclarece que “não se justifica o preconceito contra a pessoa com HIV, pois não há nenhum risco de transmissão pelo contato social (roupa, objetos, sanitários e etc)”.
É especialmente através da relação sexual desprotegida que ocorre a transmissão dos vírus HIV, sífilis e Hepatites B e C. Em caso das pessoas já infectadas, o tratamento e o acompanhamento adequado diminuem as chances de transmissão, mas ainda assim, o uso da camisinha é a principal ferramenta para evitar as ISTs.
Entre as estratégias adotadas em caso de contato com o vírus é possível adotar como medida preventiva a PEP – profilaxia pós exposição , que é utilizada quando há contato sexual desprotegido ou rompimento da camisinha.
”As medidas preventivas devem ser adotas nas primeiras 72 horas. Durante 28 dias, a pessoa deve tomar os medicamentos corretamente para reduzir o risco de transmissão do HIV”, ressaltou Almir Santana.
“Além disso, quando a pessoa está utilizando o medicamento corretamente, há uma redução da carga viral. Caso tenha uma relação sexual desprotegida com alguém, o risco de infectar a outra pessoa é menor”, acrescentou o médico.
Por: Comunicação da Saúde de Sergipe <[email protected]>