A cada 15 segundos, uma pessoa morre em virtude de acidente de trabalho ou de doença relacionada com a sua atividade profissional. O Brasil é o 2º país do G20 em mortalidade por acidentes no trabalho. Entre 2012 e 2020, entre esses países foram registrados 5,6 milhões de doenças e acidentes de trabalho. E desse montante, cerca de 22 mil eram brasileiros, representando um óbito a cada 100 mil empregados.
“São dados que ainda nos aterrorizam. Apesar das ferramentas e das informações serem amplificadas, o problema continua crucial”, disse a deputada Maria Mendonça (PDT), autora da Lei 8.131/2016 que institui, em Sergipe, a campanha Abril Verde, voltada a ações de combate aos acidentes de trabalho e em defesa da saúde do trabalhador.
“A lei representa um grande avanço para o nosso Estado, sobretudo, neste momento em que estamos passando por mudança de normas regulamentadoras mais eficazes e diminuindo a vulnerabilidade dos trabalhadores”, respaldou a médica do trabalho, Simone Beatriz Calazans, ao conceder entrevista ao Jornal da Alese, na última quarta-feira.
Entre as ocupações que mais registraram acidentes ou doenças estão, técnicos de enfermagem (9%), faxineiros (5%), auxiliares de escritório (3%), vigilantes (3%), vendedores de comércio varejista (3%) e alimentadores de linha de produção (3%). Os dados são do Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho, elaborado pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) e a Organização Internacional do Trabalho (OIT).
Na série histórica de 2012 a 2019, a maior parte dos acidentes foram ocasionados pela operação de máquinas e equipamentos (15%). Em 2020, esse percentual aumentou para 18%. “Precisamos alinhar ações articuladas para que possamos mudar essa realidade que, convenhamos, ainda ocorre por falta de políticas públicas de prevenção e, também, pela ausência de medidas de proteção coletiva por diversas empresas”, destacou Maria Mendonça, ressaltando que tanto a doença quanto o acidente impactam na vida do trabalhador e reverbera em toda uma cadeia, a exemplo da saúde e da previdência.
Por: Katia Santana