Lamentavelmente Estância vem a cada dia perdendo a sua memória, ficando distante da sua identidade cultural e fugindo da expectativa para o resgate do passado.
O município falta com a política de valorização da recuperação do patrimônio histórico e cultural. Vultos como Gumersindo Bessa, José de Dome, Gilberto Amado, Raimundo Souza Dantas, José Maria Gomes, Graccho Cardoso e outras figuras memoráveis que deram nome ao ‘Berço da Cultura Sergipana’ ficam esquecidas pelos promotores da cultura de Estância.
Uma cidade do porte de Estância, que não tem um museu (mas várias promessas ocorreram nas campanhas políticas passadas, no tocante à construção do Museu Estanciano) não pode e não deve ficar com o seu Memorial fechado e agora, de portas escancaradas para os vândalos.
O Município e o Estado até o presente momento não fizeram nada para reabrir o Memorial de Estância e Região. Se o Memorial, mesmo sendo do Estado, mas sua sede localizada na cidade de Estância, o prefeito municipal Ivan Leite, deveria ter o bom senso e o coração voltado para esse Memorial e somar-se ao Governo do Estado e reavivarem juntos essa Casa que engrandece a cultura e a vida estanciana.
Município e Estado deveriam formar uma parceria, como no passado e unirem forças nessa questão primordial da elevação cultural das reminiscências da cidade, e procurar alugar de imediato outra casa para que o Memorial de Estância e da Região Sul possa sair dessa vida de latência O Memorial de Estância e Região Sul do Estado é de grande importância para os estudantes, pesquisadores, professores, historiadores, e para os próprios moradores de Estância e região que se interessam pela história de suas cidades.
MINISTÉRIO PÚBLICO
Sentindo também o crime cultural que está sofrendo o Memorial de Estância e Região Sul, a representante do Ministério Público, em Estância, a promotora de justiça, Carla Rocha Barreto de Almeida, que é curadora do Patrimônio Público, enviou ofício á Defesa Civil, determinando que fossem feitas novas vistorias no memorial, localizado na rua Gumercindo Bessa.
A promotora Carla Rocha informou á A Tribuna Cultural on-line, que cumprindo o seu papel de representante do povo, que vai está cobrando da secretária Heloísa Galdino a restauração do memorial. Carla Rocha disse também, que já está posse dos novos lados da Defesa Civil Estadual, e na última terça-feira, 18, informou a este portal, que está de posse de uma Ação Civil , e só está aguardando uma oportunidade para ingressar junto ao Judiciário, ainda este mês contra o estado de Sergipe.
PALAVRA DA SECRETÁRIA
A secretária de Cultura, Eloísa Galdino, que foi reconduzida á mesma pasta, no ano passado, disse que os espaços públicos precisam de preservação, não só do ponto de vista estrutural, mas de uma preservação para que as pessoas possam circular com segurança.
Heloísa Galdino informou ainda que o pessoal que estava trabalhando no Memorial entregou-lhe um relatório sobre a situação do prédio acompanhado com fotografias, mostrando a situação precária do imóvel. A secretária informou da mesma forma, que depois do citado relatório, suspendeu as atividades do Memorial e pediu que a Defesa Civil fizesse uma vistoria no espaço.
“Recebi o relatório da Defesa Civil, recomendando que as pessoas não transitassem por dentro daquele prédio, seria uma irresponsabilidade do governo manter a Casa aberta e colocar em risco as pessoas que freqüentam o Memorial”, disse Galdino.
A secretária falou que depois do relatório da Defesa Civil, a Secretaria de Estado da Cultura encaminhou esse relatório para a CEHOP (Companhia Estadual de Habitação e Obras Públicas de Sergipe), para que ela visite o Memorial e faça um projeto de reparos para que a Secretaria possa pleitear a reforma daquele prédio. Eloísa Galdino disse em entrevista ao jornalista Magno de Jesus, que a documentação já seguiu para a CEHOP, e ela espera que cumpra sua tarefa e apresente o custo desses reparos.
FUNDAÇÃO DO MEMORIAL
Sob os auspícios da Lei 3.631 de 05 de julho de 1995, nos artigos 35 e 36, que dispôs sobre a organização básica da Secretaria de Estado da Cultura, tendo como sede da região Sul da cidade de Estância, foi implantado o Memorial de Estância, que anteriormente receberia o nome de “Civilização” e mudado por resolução do colegiado e abrangendo mais nove cidades conforme denominadas em continuação: Arauá, Cristinápolis, Itabaianinha, Itaporanga D’ Ajuda, Pedrinhas, Santa Luzia do Itanhi, Tomar do Geru, Umbaúba e Indiaroba.
Contando com a interveniência das prefeituras dos dez municípios envolvidos no projeto, retratando o estado de progresso e cultural social de um povo, desenvolvendo sua identidade regional, procurando valorizar o conjunto de trabalhos literários, artísticos, plásticos, cênicos, musicais, pelos tradicionais familiares, ressaltando a expansão do urbanismo, do comércio e da indústria, não esquecendo que essa região sofreu influência do velho continente, refletora na variedade de sua arquitetura, alternando épocas e estilos.
O Memorial de Estância foi oficialmente inaugurado no dia 04 de maio de 1999, data em que se comemora o aniversário de Elevação à Categoria de Cidade de Estância. Contou com a presença de autoridades constituídas, civis, militares, representantes das diversas atividades culturais, educacionais, religiosas, representantes da sociedade local, assim como os prefeitos e representantes dos demais municípios envolvidos no projeto.Na ocasião da inauguração do Memorial de Estância foi lançado o livro “Pétalas ao Vento” da escritora de Estância, professora Francisquinha Assunção.
Por: Magno de Jesus / Redação A Tribuna Cultural.com.br ([email protected]) Gazeta de Estância.com.br