Na última quinta-feira, 23, a vereadora Linda Brasil (PSOL) expressou em plenário seu repúdio a recente decisão da PRF que decretou 100 anos de sigilo nos processos administrativos da morte de Genivaldo Santos por policiais federais em Umbaúba (SE). De forma brutal, Genivaldo foi colocado em um camburão e asfixiado por gás lacrimogênio.
“Isso contraria até mesmo a decisão da Controladoria Geral da União que já se manifestou a favor da divulgação dos procedimentos concluídos, então é importante que a sociedade saiba desses procedimentos”, afirmou.
A parlamentar aproveitou para lamentar a postura da ministra de Direitos Humanos, Cristiane Britto, por criticar a atuação da mídia na cobertura do caso do estupro da menina de 11 anos. “Eu queria repudiar a fala da ministra que fez um pronunciamento acusando a mídia de divulgar esse brutal estupro, uma menina de 10 anos à época, hoje está com 11, e ela ainda na sua fala trata a criança como uma mulher”, acrescentou.
Os dados apresentados pelo Disque 100 são graves, 70% dos casos de estupro no Brasil acontecem com crianças e adolescentes, diante disso, é importante fortalecer os instrumentos de cuidado e proteção às crianças e adolescentes no país, fomentar debates e formular políticas públicas que prezem pela vida e bem-estar desse segmento.
A vereadora também se solidarizou com a procuradora-geral Gabriella Samadello, vítima de agressão pelo procurador Demétrius Oliveira, e refletiu como esse acontecimento revela a face do machismo e do patriarcado que seguem estruturando as relações de poder na sociedade.
Por fim, Linda expressou tristeza pela cassação do vereador Renato Freitas (PT), um parlamentar negro, da periferia e que tem feito um mandato voltado para as lutas pelos direitos humanos e de enfrentamento ao racismo.
“Gostaria de repudiar a decisão da Câmara Municipal de Curitiba pela cassação do vereador Renato Freitas, eleito democraticamente, isso é fruto do racismo estrutural nos nossos parlamentos, quantos parlamentares foram acusados de crimes e não perderam seus mandatos, mas no caso de um parlamentar negro, pobre que estava na manifestação por conta do assassinato de um congolês, o Moïse Kabagambe, perdeu seu mandato”, colocou.
Por: Laila Oliveira/Ascom