“A saúde de Aracaju está um caos e não avança em melhorias”, diz vereador Isac. O comentário, em tom crítico, foi feito pelo parlamentar durante Audiência Pública, na manhã desta segunda-feira,12. De autoria do vereador Ricardo Vasconcelos, o encontro tratou sobre o retorno social dos serviços prestados ao município de Aracaju e ao estado de Sergipe. Tanto Isac quanto outros parlamentares lamentaram a falta de interesse da gestão municipal com a saúde pública na capital, já que representantes do estado e do município foram convidados para participar, e somente o do governo estadual compareceu. “Nem a secretária Waneska, nem outro representante esteve aqui hoje, essa para mim é uma das audiências mais importantes que já teve nesta Casa. Pessoas já morreram nas filas esperando consultas especializadas. Em 2017 criamos uma CPI e fomos a hospitais filantrópicos e todos falavam que havia dificuldades para receber os repasses públicos”, denunciou.
Diretores do Hospital Universitário de Sergipe explicaram a situação da unidade e usaram dados que mostraram a preocupação com o setor. Dos seis andares da unidade, apenas dois estariam funcionando. Apesar das dificuldades, o diretor do HU, professor Dalmo Correia, disse que “não nega atendimentos, mas precisa da ajuda dos parlamentares para equipar o hospital com aparelhos para que possa atender melhor a população”. O vereador Ricardo Vasconcelos cobrou que as “emendas parlamentares sejam encaminhadas aos lugares que realmente precisam e atendam efetivamente a população aracajuana. Mesmo o HU sendo de âmbito federal, nós devemos sim tratar desse assunto”, argumentou.
Não é a primeira vez que os vereadores de Aracaju discutem a saúde pública do município. No início deste mês, uma comissão formada por 10 vereadores realizou uma visita ao Hospital Universitário de Sergipe (HU), entre eles estava o vereador Isac Silveira, presidente da Comissão de Saúde, Direitos Humanos, Assistência Social e Defesa do Consumidor. “O HU é 100% SUS e, muitas vezes, é o único que trata de determinadas doenças e procedimentos. Não podemos mais ver as pessoas sendo desassistidas, será que vamos ficar mais quantos anos vendo problemas simples se arrastando sem solução? São exames, consultas, procedimentos que deixam de ser realizados. Pobre não deixa de ir ao médico ou de fazer exame, porque não há outra opção”.
A audiência pública teve participação de parlamentares, representantes da sociedade civil e profissionais da saúde, como a técnica de enfermagem, Neilma Correia, que fez alguns questionamentos. “Eu sou usuária do SUS – Sistema Único de Saúde, servidora municipal e estadual e vim aqui porque tenho alguns questionamentos. Como pode 10 leitos de psiquiatria no HU não serem utilizados? Quanto custa uma diária de saúde mental para atender no São Marcelo? Na hora de negociar, negociem também a saúde mental, já que o hospital tem residência de psiquiatria”, suplicou.
Os diretores do HU explicaram que dos 10 leitos, cinco estão ocupados. Que a unidade recebe sim pacientes e que os que ficam sem atendimento é por causa da regulação. “Nosso objetivo é ampliar os atendimentos, mas isso não depende apenas de nós diretores. Essa especialidade não está esquecida e nem pode. Como hospital público, passamos por diversas dificuldades, mas conseguimos ainda atender bem a população com serviços de assistência, ensino, pesquisa, formação de profissionais. Para se ter noção, dos transplantes que são realizados no Brasil, muitos são feitos nos hospitais de ensino. O HU é um hospital universitário que está em Aracaju desde 1984. Exames importantes com contraste como ressonâncias só são feitos no HU. Inclusive, há demandas que podemos atender, mas, muitas vezes, não são reguladas pelo município”. Explicou Raimundo Saturnino- gerente de Atenção à Saúde do HU-UFS.
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Por: Valéria Santana/Ascom