Aconteceu a segunda rodada de negociação para a Convenção Coletiva 2011/2012, entre os sindicatos dos Jornalistas e dos Radialistas de Sergipe e o sindicato patronal, na Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE).
Apesar das expectativas em torno da apresentação de uma contraproposta patronal, os representantes dos sindicatos dos trabalhadores da comunicação, Antônio Fernando Cabral e George Washington Silva, e o mediador da SRTE, Nílson Socorro, saíram frustrados, já que nenhuma proposta de negociação foi apresentada pelo representante dos patrões, Messias Carvalho.
Segundo Messias, não houve condições de reunir os empresários da comunicação em tempo hábil para discutir as pautas dos trabalhadores, o que ocorrerá somente na próxima terça-feira, 14/06. Em face do adiamento, uma nova reunião ficou agendada para sexta-feira, dia 17/06, às 9h30, na SRTE, quando os patrões apresentarão uma contraproposta à pauta dos trabalhadores da comunicação.
“Não deixa de ser uma decepção. Mas estamos apenas no início das negociações, temos ainda tempo para discutir. Vale à pena salientar que daqui saímos com uma única certeza, de que sobre 5% apenas de reajuste não vamos negociar, porque os números do mercado de comunicação em todo o país derrubam a tese de que tudo vai mal nesse setor, e negociar por baixo não dá”, ressalta Washington, do Sindicato dos Jornalistas.
O presidente do Sindijor apresentou na mesa de negociação números do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) sobre o mercado publicitário e de comunicação de 2010 em relação a 2009. Messias Carvalho levou o relatório do Dieese e prometeu apresentá-lo aos patrões.
“Está claro que o mercado brasileiro, e também o sergipano, vai bem. A economia vai bem. Não há motivo para não negociar a nossa pauta com avanços. É hora de discutir algo mais, e 5% de reajuste, abaixo do INPC, não dá nem para o começo, porque não vamos negociar sobre perdas. Se as coisas vão mal para os empresário da comunicação de Sergipe, então que mostrem os números que provam isso. Duvido”, enfatiza Fernando Cabral, dos Radialistas.
Ato no Calçadão
Antes mesmo que a reunião entre os sindicatos ocorresse, jornalistas, radialistas, estudantes de Comunicação da UFS e representantes de outros sindicatos, a exemplo do SINTRASE e do Sindicato dos Gráficos de Sergipe, realizaram um ato público na porta da Superintendência do Trabalho, no Calçadão da João Pessoa. O ato, que contou também com o apoio da CUT e da CTB, serviu para chamar a atenção da população para as péssimas condições salariais dos comunicadores sergipanos e lembrar do papel relevante que esses profissionais têm no dia a dia das pessoas.
Outras manifestações serão realizadas ao longo das negociações com os patrões. A ideia é agregar cada vez mais a categoria para forçar uma negociação mais positiva da Convenção Coletiva 2011/2012 dos comunicadores de Sergipe. Paralisação de atividades por veículo de comunicação também está na agenda do movimento sindical.