Durante o uso da tribuna na manhã desta quarta-feira (24), o deputado estadual Manuel Marcos (PSD) falou sobre o racismo que vem ocorrendo na Espanha, contra o jogador brasileiro, Vinícius Júnior, do Real Madri. Na oportunidade o parlamentar fez alguns relatos de sua vida e de seu filho, e destacou ser totalmente contra o racismo.
“Me tocou profundamente esse assunto porque tenho um filho de 14 anos, e coloquei ele para estudar a língua espanhola. Ele falou sobre essa notícia de Vini Júnior, e disse que não gostaria de estudar mais o Espanhol, questionei, e expliquei que o povo espanhol fez parte de nossa colonização, e é preciso aprender esta língua. Isto é muito triste. Um menino pobre, negro vindo do interior, era uma coisa extraordinária estudar, e foi assim que em 1972 entrei na Universidade Federal de Sergipe para estudar medicina. Queria ter a necessidade de aprender, porque todas as portas se fechavam para mim”, relatou o deputado.
“Brasileiros, afrodescendentes, estou aqui para dar exemplo. O que resgata a gente de qualquer preconceito é saber ler e estudar, em um país que não investe na educação universal de seus filhos, sejam eles negros, brancos ou amarelos. É constitucional dar educação a todos os brasileiros. Nem a Espanha, nem o mundo teve um desportista tão capaz como nós tivemos o nosso Rei Pelé, que foi invejado pela sua força muscular”, afirmou Manuel Marcos.
Apartes
Alguns deputados se manifestaram sobre o assunto do racismo, e foram solidários com o deputado Manuel Marcos. Entre eles, as deputadas Linda Brasil (PSOL), Lidiane Lucena (Republicanos), Carminha Paiva (Republicanos), Áurea Ribeiro (Republicanos), Luciano Pimentel (PP) e Marcos Oliveira (PL),
“Foi de uma leveza que o senhor trouxe esse tema para a discussão nesta Casa. Fiquei a refletir, quanto nós em nosso país poderíamos com esse preconceito, que em absoluto traz uma maledicência a muitas pessoas que a sociedade as vezes discrimina. O exemplo como o seu é muito bonito, uma história de vida. Por tudo que ouvimos a seu respeito por todo o Estado de Sergipe”, afirmou Luciano Pimentel.
A deputada Áurea Ribeiro ressaltou que a cor não diz quem a pessoa é, e sim o seu comportamento. “Quero dizer que este homem negro que chegou a esta Casa do Povo, nunca enxerguei como um homem negro, e sim como um ser humano. A sua cor não diz quem é Manuel, nem a sua referência. Quem é Manuel é o seu comportamento, a sua postura, a sua honradez e dignidade”, finalizou a parlamentar.
Foto: Jadilson Simões/Agência de Notícias Alese
Por Paulo Santos/Agência de Notícias Alese
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