Foram 10 meses de isolamento, medidas restritivas e muita dor. Dor pelo distanciamento, pela mudança brusca de rotina e, principalmente, pelas perdas de entes queridos, tudo isso tendo como causa a pandemia da covid-19. No dia 19 de janeiro de 2021, a Prefeitura de Aracaju, através da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), iniciou a vacinação contra a doença proveniente do coronavírus, um momento histórico e de alento diante de uma realidade trágica de um vírus novo que assolou o mundo inteiro, no que foi a maior crise sanitária dos últimos 100 anos. Em 2024, completa-se, contudo, três anos do início da imunização e de muitas vidas salvas graças à vacina.
“Por volta de 19h50 da noite do dia 18 de janeiro, a primeira remessa de vacinas chegou a Sergipe. No dia seguinte, tomados por muita emoção e nervosismo, iniciamos a vacinação contra a covid-19. Naquele primeiro momento, a vacina foi ofertada aos profissionais que atuavam na linha de frente do combate à pandemia, idosos que moravam em asilos ou abrigos e seus cuidadores. Nessa fase, mais de 11 mil pessoas receberam o imunizante, cenário bem diferente do que vivemos hoje, onde a vacina já está disponível para pessoas a partir de 6 meses de idade”, destaca a secretária municipal da Saúde, Waneska Barboza.
Antes do início da vacinação, atitudes como sair de casa para espaços de convivência, visitar amigos e familiares, viajar ou até mesmo tocar objetos outrora muito comuns no dia-a-dia se transformaram em potenciais perigos em função da transmissão e contaminação da covid-19. O mundo mudou, cerca de 700 mil brasileiros morreram e, aos poucos, a vacinação em massa suscitou a retomada da normalidade.
Somente em Aracaju, 2.634 pessoas morreram devido às complicações da doença. À medida que a oferta da vacinação alcançava outros públicos, os hospitais desafogaram, as pessoas que atravessaram as tormentas da pandemia passaram a ter mais liberdade e a segurança sanitária que se estabelecia permitiu a reabertura de escolas, bares, restaurantes, igrejas e demais locais de convivência.
Neste contexto, notícias falsas foram espalhadas, negacionistas influenciaram a não vacinação e outros desafios surgiam dia após dia. Decretos e portarias foram publicados e, aos poucos, a vacina contra uma doença tão avassaladora passava a ser obrigatória, inicialmente entre os profissionais, até os dias atuais, onde já se apresenta como rotina nos cartões de vacina da população.
No Brasil, a primeira vacina aplicada contra a covid-19 aconteceu em São Paulo, no dia 17 de janeiro, dois dias depois, a coordenadora de Imunização de Aracaju, à época, Ana Paula Machado, estava diante da esperança em cessar a pandemia de uma vez por todas. Se não isso, ao menos o controle de óbitos e internamentos. Ela relembra sobre o dia da chegada do imunizante na capital sergipana.
“No dia 19 de janeiro de 2021, estávamos todos muito ansiosos com o início da campanha, fomos até a Central do Estado para buscar as vacinas. Era um caminhão bem grande e a Guarda Municipal de Aracaju [GMA] nos acompanhou fazendo a segurança, tanto na ida, quanto na volta. Lá, outros municípios também estavam presentes para buscar as vacinas. Parecia cena de filme com toda aquela emoção que nos envolvia. Estávamos dentro de um carro com batedores na frente e atrás. Me emocionei bastante porque nas ruas as pessoas perceberam que se tratava da chegada das vacinas. Elas paravam os carros, buzinavam, acenavam, foi uma vibração muito boa”, relembra Ana Paula.
Neste momento, outros desafios se impuseram para acelerar a vacinação dos aracajuanos e aracajuanas. Ainda segundo Ana Paula Machado, o maior desafio foi evitar a aglomeração e, portanto, a contaminação mesmo quando a busca era por tomar a vacina.
“Tínhamos que aguardar a escalada de cada população e idade, pois precisava se preparar para vacinar todos. Esse foi um grande desafio. Na experiência que a gente já tinha de grandes campanhas, a princípio, pensamos nas estratégias já utilizadas, que era vacinar nas praças, nos shoppings, nas USFs, porém, isso também causou um problema que era a aglomeração. Como conseguiríamos vacinar tantas pessoas sem que elas ficassem próximas? E foi assim que uma das estratégias da gestão municipal partiu de fracionar a população, incentivando-a a procurar pontos de vacinação distintos, em locais com menos circulação de pessoas”, conta a profissional.
Atualmente, a cobertura vacinal já atingiu 91,1% do público total com a primeira dose, correspondendo a 606.473 pessoas; e 84,46%, ou seja, 562.033 pessoas, com a segunda dose, totalizando 1.821.693 doses aplicadas em toda a capital. O número considera, também, a dose de reforço, que chegou a 60,52% do público apto a se vacinar. O desafio, agora, é convencer as 262.509 pessoas que deixaram de completar o esquema vacinal, em Aracaju.
Fotos: Ana Lícia Menezes e Marcelle Cristinne/ Secom da PMA
Reprodução: Portal Imprensa1
Por: Secretaria da Saúde de Aracaju [email protected]