As consequências das fortes chuvas registradas na última terça-feira, 23, em Aracaju, foram registradas durante pronunciamento da deputada Linda Brasil (PSOL) na Sessão Plenária desta quarta-feira, 24, na Assembleia Legislativa do Estado de Sergipe (Alese). Ela sugeriu a realização de uma reunião na Comissão de Meio Ambiente com a finaldiade de buscar soluções para o problema junto aos gestores do Governo do Estado e da Prefeitura de Aracaju.
“Ontem mais uma vez a população viu cenas lamentáveis das enchentes aqui na nossa capital. No Centro, as águas das chuvas entraram nas lojas e em toda a cidade, casas e carros ficaram alagados. É urgente que haja uma ação concreta por parte do prefeito Edvaldo Nogueira e do governador Fábio Mitidieri para a execução de um projeto de drenagem fluvial, visando evitar um caos. A gente sabe que as mudanças climáticas estão aí acontecendo e cada vez mais chuvas torrenciais que não existiam, estão sendo registradas”, observa.
Linda Brasil exibiu imagens que recebeu de moradores e comerciantes de Aracaju, destacando os transtornos em virtude dos alagamentos. “São algumas cenas que foram registradas ontem e nos enviaram mostrando lojas inundadas e a cidade alagada. É muito importante fazer reflexões sobre a emergência de mudanças climáticas. As chuvas são fenômenos, mas as enchentes podem ser evitadas, pois são fruto das práticas humanas nos espaços da cidade e também da falta de políticas públicas públicas. O que nos deixa sempre indignadas e indignados é que infelizmente todo ano a mesma coisa acontece; os noticiários são tomados por problemas relacionados com a elevação do curso d’água; inundações de casas e ruas desencadeando uma série de tragédias que quase sempre poderiam ser evitadas, mas infelizmente a prioridade do governo é construir pontes com valores altíssimos, tendo que fazer empréstimos. Não existe um estudo efetivo de drenagem de água no nosso estado”, lamenta.
A parlamentar acrescentou que outra questão que contribui para os alagamentos é o mau uso do espaço urbano, a ocupação irregular do solo, a remoção de vegetação, o sistema de lixo, além da falta de política de reciclagem, entupimento dos bueiros, problemas no sistema de drenagem, poluição e uso desenfreado de combustíveis fósseis.
“Tudo isso contribui para as enchentes que poderiam ser evitadas. É preciso ter uma vontade política e investir em estudo para pensar em possibilidades e soluções. O Plano Diretor de Aracaju está barrado pela justiça porque foi feito de forma irregular e a gente não quer um Plano Diretor que não tenha um debate sério. Temos opções de políticas sérias de prevenção como desassoreamento do leito dos rios, construção de sistema eficiente de drenagem, desocupação de áreas de risco e construção de casas populares em locais seguros; criação de reservas florestais nas margens dos rios, diminuição dos índices de poluição, drenagem do lixo e um planejamento urbano mais consistente”, ressalta afirmando esperar que haja uma reunião da Comissão de Meio Ambiente da Alese visando discutir o problema com os governantes.
Foto: Jadilson Simões/Alese
Por: Aldaci de Souza/Alese