A deputada Linda Brasil (Psol), ocupou a tribuna de honra da Assembleia Legislativa do Estado de Sergipe (Alese), na manhã desta quinta-feira, 02, para protestar contra a recorrência de atos de racismo religioso e violência sofridos por pessoas LGBTQIA+. No decorrer da sessão do Pequeno Expediente, a parlamentar se solidarizou com um grupo de seguidores da organização religiosa de matriz africana, Candomblé Ketu, o qual foi agredido em uma lanchonete localizada no bairro Ponto Novo, zona Oeste de Aracaju, na noite de ontem. Durante pronunciamento no Departamento de Atendimento aos Grupos Vulneráveis (DAGV), uma mulher revelou que as agressões foram motivadas por racismo e homofobia.
A Superintendência da Polícia Civil anunciou no início da manhã de hoje que o caso está sendo apurado pela Delegacia Especial de atendimento a crimes Homofóbicos, Racismo e Intolerância Religiosa. Diante destas informações, a deputada garantiu que estará acompanhando este caso com a perspectiva de garantir que os agressores não fiquem impunes. “Quero prestar solidariedade às vítimas, na pessoa da mulher que foi espancada e ficou com o rosto repleto de cortes e hematomas. Mais uma vez nos deparamos com um caso de violência bruta sofrida por homossexuais; já neste intervalo de tempo fomos procurados por algumas vítimas e quero deixar claro que iremos continuar acompanhando este caso para não permitir que os agressores permaneçam impunes, gerando risco para outras pessoas”, disse.
Denúncias
Convidada para se pronunciar na sessão do Grande Expediente, Linda Brasil enalteceu a visita realizada – juntamente com o deputado Georgeo Passos (Cidadania) -, na maternidade Nossa Senhora de Lourdes, em Aracaju. Com base em denúncias indicando superlotação do espaço e quadro funcional incapaz de ofertar amplo acolhimento especializado, a líder da bancada de oposição dialogou com servidores públicos, pacientes, familiares e os gestores que administram o espaço. Na concepção da deputada, é preciso que ações governamentais apontadas como ‘básicas’, sejam praticadas e impulsionadas em todos os 75 municípios sergipanos caso o Governo do Estado esteja interessado em solucionar o conjunto de problemas.
“Estivemos agora na Maternidade Nossa Senhora de Lourdes para fazer uma fiscalização, considerando as diversas denúncias que recebemos das usuárias, das e dos trabalhadores da maternidade. Denúncias que vão desde a falta de materiais, falta de medicamentos básicos como Luftal, medformina, sulfato ferroso e até absorvente. Funcionárias denunciam também a falta de água para beber, inclusive enquanto fiscalizávamos a maternidade as funcionárias foram comprar água. Na sala onde os profissionais descansam o ar-condicionado está quebrado e reclamam do calor. Semana passada recebemos denúncias de proibição de acompanhamento nos partos, o que sabemos que é garantido por lei. Além disso, vale lembrar os casos de falta de médicos e superlotação,
que levaram à interdição ética da maternidade pelo Conselho Regional de Medicina de Sergipe”, denunciou Linda Brasil.
A parlamentar destacou também o ato público unificado realizado na manhã desta quarta-feira, 01, em alusão ao Dia Internacional da Classe Trabalhadora. Entre as atividades desenvolvidas, houve distribuição de panfletos Bairro Farolândia, na Feira do Augusto Franco e no sinal da Avenida Beira Mar que dá acesso à Praia de Atalaia. Com o tema: “Por um Brasil mais Justo”, este ano o evento pleiteou, por exemplo: melhoria do sistema público de saúde; contra a privatização da água; pela valorização da educação pública; valorização dos servidores municipais e estaduais; por moradia; contra o reajuste de 0,0% para os servidores federais; pelo retorno das atividades da Petrobras ao estado de Sergipe; pela geração de emprego, renda e fortalecimento da economia solidária em Sergipe; aposentadoria digna; e correção da tabela do Imposto de Renda.
“Ontem eu participei do Ato do Dia Internacional das Trabalhadoras e dos Trabalhadores, realizado no Bairro Farolândia e reuniu diversas categorias de trabalhadores e trabalhadoras organizadas. Há 140 anos a classe trabalhadora do mundo todo conquistava a jornada de 8 horas, proibição do trabalho infantil, salário-mínimo, férias, previdência social, direito de sindicalização e greve. Mas, todas essas conquistas estão se perdendo no mundo inteiro, ameaçadas pela crise econômica, climática e civilizatória do sistema capitalista. A emergência climática, as guerras e conflitos, a ascensão da extrema-direita, e a precarização do trabalho aqui em nosso estado e também em todo o mundo ameaçam as conquistas históricas. Por isso, para nós o dia das trabalhadoras e dos trabalhadores segue sendo um dia de luta internacional”, destacou.
Foto: Jadilson Simões/Alese
Por: Milton Alves Júnior/Alese