
Durante discurso na tribuna da Câmara Municipal de Aracaju (CMA), na manhã dessa terça-feira, 19/8, o presidente da Casa, vereador Ricardo Vasconcelos (PSD), voltou a chamar a atenção para os problemas causados pela falta de infraestrutura adequada na capital, destacando os constantes alagamentos e o despejo irregular de esgoto em rios e manguezais.
O parlamentar apresentou vídeos e imagens de um caminhão equipado com câmeras e bombas de sucção, adquirido recentemente pela Prefeitura, e destacou a importância do uso da tecnologia para minimizar os impactos das chuvas.
“Basta cair uma chuvazinha de 10 milímetros para tudo alagar. Eu cobro isso desde 2023, e muita gente dizia que eu era chato. Mas quem quer viver numa cidade em que não pode chover 20 minutos por que o trânsito para e as casas são invadidas?”, questionou.
Ricardo ressaltou que bairros da Zona de Expansão, como Selva, Mosqueiro, Cameleira e Azenza ainda não possuem drenagem adequada, o que faz com que famílias percam móveis e eletrodomésticos todos os anos com as enchentes. O vereador também lembrou que, em episódios que afetaram áreas nobres da capital, medidas emergenciais foram tomadas de forma mais rápida.
Apesar das críticas, o presidente da CMA elogiou a prefeita Emília Corrêa pela adoção de novas medidas: “Parabéns, prefeita Emília, Sérgio, Diego e toda a equipe da EMURB que está tentando fazer diferente e ajudar a resolver os problemas da nossa cidade. Eu espero que a tecnologia seja bem utilizada para dar resultados reais à população”.
Esgotamento sanitário e danos ambientais
Ricardo Vasconcelos também fez um alerta sobre as ligações clandestinas de esgoto despejado diretamente em canais, manguezais e rios de Aracaju. O parlamentar citou bairros como Soledade, Bugio, Jardins, São Conrado, Coroa do Meio e Augusto Franco onde a situação é recorrente.
“Todo mundo já sabe que esgoto tem chumbo, mercúrio e tantos outros poluentes. Aí você passa no canal da 13 de Julho, num dia de sol, sem chover há dez dias, e está lá caindo esgoto. Isso não é água da chuva. Isso é crime ambiental”, afirmou.
Para o vereador, a solução passa por medidas mais duras: “O que precisa ser feito é concretar tudinho. Que o esgoto volte para a casa de quem fez ligação clandestina. O povo humilde não pode pagar o preço da irresponsabilidade de alguns que não têm compromisso com o meio ambiente”.
Ricardo convidou órgãos de fiscalização e controle, como a IGUÁ, a SEMA, ADEMA e os Ministérios Públicos Estadual e Federal, para atuarem de forma mais firme no combate a essas irregularidades. Ele também cobrou atuação da Comissão de Meio Ambiente da Câmara.
Foto: Luanna Pinheiro
Por: Caroline Prata