O deputado estadual Antônio dos Santos pediu às autoridades, especialmente ao governo federal, que suspendesse o leilão do Hospital Amparo de Maria, em Estância, garantindo que a unidade de saúde permanecesse aberta, atendendo a população. O parlamentar disse que em 2004, quando houve a intervenção no hospital, já era deputado e fazia parte da Comissão de Saúde. “Fomos ao hospital e na época houve uma discussão que tratou da importância do hospital para toda a região centro sul”.
Antônio dos Santos lembrou que na época sugeriu-se a formação de um consórcio com os municípios da região para que o hospital pudesse desempenhar suas funções de forma melhor, viabilizando o seu funcionamento. “O fechamento daquele hospital será uma perda grande para toda a região. A maternidade que funcionava em Itaporanga passou por problemas sérios e Sergipe enfrenta problemas relacionados com maternidade”, assegurou. O deputado afirmou que atualmente o Estado não tem como atender a demanda. “É preciso buscar uma saída. Não se pode leiloar o hospital, pois depois vamos tomar empréstimo para construir maternidades. Não é melhor recuperar um hospital que salva vidas no Estado”, questionou..
O parlamentar narrou aos colegas um episódio envolvendo o Amparo de Maria, que garantiu a vida de duas pessoas feridas. “Eu estava num evento em Itabaianinha e uma pessoa que estava na festa ‘enfiou a faca’ em outras duas pessoas. Pus os dois cidadãos no meu carro e presenciei uma situação desagradável. Um dos pacientes estava com intestino perfurado e tivemos que trazer para Aracaju. Eu estava numa agonia enorme e achei que um deles iam morrer, estava em estado grave, podia morrer se viéssemos para Aracaju. Em Estância deram pré-atendimento, foram encaminhados numa ambulância e trazidos para a capital. Se não fosse o pré-atendimento no Amparo de Maria teriam morrido. Aquele atendimento foi suficiente para salvar a vida dos dois”..
De acordo com o deputado, a Saúde em Sergipe passa por problemas e é preciso fazer alguma coisa. “As dívidas do Amparo de Maria são grandes, especialmente com a União. Qual o compromisso da União? Enviam recursos para Havana, em Cuba, e não podem ajudar um hospital? Puna quem errou, mas não puna a população de Estância que fica sem assistência”, sugeriu. Antônio dos Santos disse ainda que o fechamento do hospital causará a superlotação no Huse, no Cirurgia e em outras unidades regionais. “Os problemas são antigos, mas a tentativa de levar à leilão acontece agora. Os deputados precisam tomar uma posição. O Amparo de Maria presta atendimento à população e cabe ao Estado oferecer serviços de saúde de qualidade”..
O deputado estadual Gilson Andrade lamentou a situação enfrentada pelo hospital e disse que se não fosse o atendimento prestado em Estância, os dois homens esfaqueados teriam morrido, pois tiveram um atendimento adequado. “O Amparo de Maria deve a Deus e ao mundo. Tem dívidas com todo mundo, deve a Deso, Sulgipe, impostos, tem dívidas com o INSS. De 2004 para cá surgiram novas dividas após a intervenção. O governo do Estado é co-responsável por toda essa situação, por esse débito”, comentou. Gilson lembrou que o maior credor é o INSS, e por isso ficaria fácil resolver se o governo federal fizesse uma renegociação. “O hospital precisa reaver o título de filantropia e isso iria desonerar a folha de pagamento”..
A deputada estadual Ana Lúcia assegurou que o problema é antigo, pois o Estado, segundo ela, usou uma entidade filantrópica para contratar de forma política médicos e enfermeiros e criou-se um problema sério. “Devem 40 milhões aos trabalhadores, o FGTS. Não se pode colocar na conta do atual o governo. O problema vem antes de 2000, no governo Albano Franco. É preciso suspender o leilão. As dívidas com o INSS estão sendo parceladas, o que se percebe que o problema é a dívidas com trabalhadores”..
Duplicação da BR-101
Antônio dos Santos encerrou seu pronunciamento afirmando que o Dnit precisa acelerar a duplicação da BR-101, em Sergipe. O parlamentar lembrou que as obras estão se arrastando e em muitos trechos têm ocorrido acidentes. “No povoado Taboca a metade da pista cedeu e depois de vários meses ninguém reparou. O Dnit precisa tomar uma providência. Por que levar quase seis meses para reparar metade da pista? A população transita apenas por uma faixa. Essa obra, com vários desvios, cones, material, causa acidentes. Perto de Carmópolis houve um capotamento”, denunciou. O deputado disse que os sergipanos esperam há 16anos pela conclusão da obra. “Muitas pontes foram concluídas e não foram interligadas. É preciso andar de devagar para evitar acidentes”.
Fonte e foto: Agência Alese