O endividamento de prefeituras municipais é quase uma constatação em cada município sergipano, porém, em São Cristóvão, os resultados surpreendem até a prefeita Rivanda Batalha (PSB), que ocupa a função desde o dia 1º de janeiro de 2013.
“Estou perplexa, estarrecida diante de tamanha crueldade que fora cometida pela gestão anterior contra o povo e as finanças de São Cristóvão”, anuncia ela dando conta de que as dívidas acumuladas em seu município já somam mais de R$50 milhões.
“Agora sabemos o porquê de eles terem reagido tanto à transição, que acabou não sendo realizada para esconder o rombo e as maracutaias praticadas por este grupo em São Cristóvão, liderado por Alex Rocha e professor Wanderlê”, acusa.
As dificuldades enumeradas por Rivanda são iniciadas pelo próprio local de trabalho. Em São Cristóvão, o Palácio Augusto Franco, sede da prefeitura, está aos frangalhos. Paredes corridas, rebocos caídos e sem condições de receber pessoas e autoridades.
“Despachos administrativos estão ocorrendo na presidência da Câmara, gentilmente cedido pelo presidente José Evaldo. Os contatos políticos faço em minha residência”, diz Rivanda que sequer tem cadeira e birô para tocar o seu dia a dia.
As questões mais pendentes e que afetam diretamente o funcionamento da máquina administrativa estão relacionadas ao atraso de salários e 13º dos servidores. Os problemas estão em todas as áreas, na administração geral, na saúde e educação.
Servidores receberão separadamente
Conforme a prefeita, na Educação o atraso de salário e gratificação natalina atingem R$ 1,602 milhões, montante que não pode ser pago com dinheiro do FUNDEB (Fundo da Educação), pois o exercício anterior – 2012 – encontra-se vencido.
“Teremos que encontrar recursos próprios para cobrir este e outros rombos”, sinaliza Rivanda que é taxativa: “pagaremos os atrasos por parte, enquanto for existindo receita, no entanto garanto os salários de janeiro em dia”.
Na saúde a dívida é maior. Os dados da secretaria de Finanças apontam para um déficit da ordem de R$ 1,998 milhões, que deverão ser pagos de maneira mais imediata já que a rubrica da Saúde permite a utilização de recursos para quitação dos débitos.
Outra surpresa ventilada pela prefeita foi a queima de papéis e arquivos administrativos feitos no final da gestão do ex-prefeito Alex, bem como a falta de remédios básicos para atender à população e o sucateamento da frota de veículos. “Quase todos aniquilados e sem condições de uso”, confirma.
Apropriação Indébita
Dentre as medidas adotadas pelo ex-prefeito de São Cristóvão, Alex Rocha (PDT), afirma ela, está o não repasse de dinheiro descontados dos servidores públicos, fruto de empréstimos contraídos e descontados em folha.
“O grupo político liderado por estes senhores, Wanderlê e Alex Rocha, descontava mensalmente dos servidores e não repassa os recursos à Caixa Econômica. Isso gerou uma dívida hoje em torno de 4 milhões de reais”, sentencia Rivanda Batalha ao afirmar se tratar “de apropriação indébita e crime contra o patrimônio público”.
Fonte: ascom SC
Foto: jornaldodiase