O candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, evitou responder quais medidas práticas irá tomar para retomar econômico do país, em entrevista dada ao “Jornal Nacional” na noite desta segunda-feira (11).
Quando questionado sobre medidas que tomaria em relação a preços controlados pelo governo federal, casos da gasolina e da energia elétrica, para “arrumar a casa” caso seja eleito presidente, Aécio foi evasivo e manteve o que tem dito “em todos os fóruns”: “Respondo com absoluta clareza e começando do final: no meu governo vai haver previsbilidade em relação a essas tarifas e em todas as medidas do governo”, disse.
“Vamos tomar as medidas necessárias. É óbvio que nós vamos ter que viver um processo de realinhamento desses preços. Quando e como, obviamente é quando você tiver os dados sobre a realidade do governo é que você vai estabelecer isso. Não vou temer tomar as medidas necessárias para controlar a inflação, retomar o crescimento e principalmente a confiança perdida no Brasil.”
Aécio voltou a defender o corte de ministérios para enxugar o tamanho do Estado, sem, novamente, especificar quais ministérios irão ser abolidos. “Nós vamos sim enxugar o estado, não é admissível, não é razoável que nós tenhamos hoje 39 ministérios, e não apenas pelo custo dos ministérios, mas pela incapacidade de eles apresentarem resultados.”
Aécio diz não ver “constrangimento ético” na construção do aeroporto de Cláudio
O candidato tucano voltou a se defender da acusação de ter se beneficiado com a construção de um aeroporto próximo a uma fazenda de sua família, na cidade de Cláudio, no interior de Minas Gerais, quando era governador.
Aécio afirmou não ver “nada de antiético” no episódio em que usou a pista de pouso. “Neste caso, veja bem, se houve alguém prejudicado, foi esse meu tio avô. O governo avaliou em R$ 1 milhão, ele entrou na Justiça […] e ele até hoje não recebeu nada.”
Questionado por William Bonner se o aeroporto não valoriza a fazenda de sua família, Aécio disse que não lhe interessa valorizar a propriedade. “Essa fazenda que você se refere é uma fazenda que está na minha família há mais de 150 anos, tem lá 14 cabeças de gado. Essa é a grande fazenda. É um sítio que, valorizado ou não, é um sítio que a minha família vai eventualmente nas férias.Ali ninguém está fazendo negócio. Essa cidade precisava de aeroporto”, afirmou.
Candidato tucano diz que PT trata condenados no mensalão como “heróis nacionais”
Questionado sobre o processo do mensalão tucano, em que o ex-deputado Eduardo Azeredo responde por desvios de dinheiro do governo mineiro para pagar campanha eleitoral, em semelhança ao mensalão do PT, Aécio disse que “a diferença é enorme”. “No caso do PT, houve uma condenação da mais alta corte brasileira. Estão presos líderes do partido, tesoureiros do partido, pessoas que tinham cargos de destaque na administração federal. No caso do PSDB, se eventualmente alguém for condenado, não será, como foi no PT, tratado como herói nacional, porque isso deseduca”, afirmou.
Confrontado sobre Azeredo subir em seu palaque a ajudar em sua campanha, Aécio ressaltou que o apoio é partidário. “Ele está me apoiando, não é o inverso. Ele é um membro do partido. Ele será julgado.”
Fonte: Portal UOL