Começou no último sábado, dia 1º, a 2ª campanha de Vacinação Contra a Febre Aftosa em Sergipe. O foco dessa vez são os rebanhos de bovino e bubalino com até 24 meses de idade. Por ano são realizadas duas etapas de vacinação: a primeira etapa ocorreu em maio. A iniciativa visa assegurar a classificação de zona livre da febre aftosa que Sergipe detém há 19 anos.
Segundo a diretora de Defesa Animal e Vegetal da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro), Salete Dezen no estado há um rebanho em torno de 1.150 milhão de cabeças, desse total 680 mil são animais com até 24 meses. “A vacinação acontece até dia 30 de novembro, embora o produtor tenha até dia 10 de dezembro para fazer a declaração na Emdagro. Esta campanha somente vai vacinar os animais de até 24 meses, os demais não precisam ser vacinados, mas os produtores devem fazer a declaração”, explica.
O Brasil é hoje o maior exportador de carne bovina do mundo, numa atividade que gera divisas para o país e aquece o mercado nacional. Portanto, qualquer novo caso da doença influencia o mercado e chega a provocar alteração nos preços da carne. No país, Sergipe, Distrito Federal e Santa Catarina são os estados que tem mais tempo sem ocorrência de febre aftosa. O último foco de aftosa no Brasil foi detectado em 2006 nos estados de Mato Grosso do Sul e Paraná.
“Para garantir que o Brasil continue como zona livre a cada dois anos é realizado um estudo para analisar a circulação viral. Como há uma globalização de circulação de pessoas e produtos com maior facilidade, então, precisamos nos prevenir. Se houver um caso de aftosa na zona livre, imediatamente são suspensas toda exportação de carne do país, independente do local do foco, porque o vírus da aftosa é temido no mundo. Na União Europeia e EUA, a aftosa já está erradicada, ninguém quer mais o vírus porque eles não têm mais vacinação”, relata Salete.
Salete conta que o trabalho de erradicação da febre aftosa passa pela parceria com os produtores. “Não tem uma erradicação que dê certo se não houver participação efetiva dos produtores. Quando começamos a ampliar nossas exportações, o setor produtivo viu que tinha que caminhar junto com a Defesa e hoje eles querem a erradicação, então há um serviço de uma qualidade excepcional”, garante.
Sergipe ainda não exporta bovino, mas comercializa muitos suínos e ovinos e se o estado não mantiver o status de livre da febre aftosa não consegue vender seu produto. “Quem mais se beneficiou com a zona livre foram os produtores de ovinos, pois a raça Santa Inês é referência nacional em termos de genética. Graças á classificação de zona livre, conseguimos vender essa genética para fora”.
O presidente do Sistema Faese/ Senar Sergipe e também produtor, Eduardo Sobral enaltece a organização dos produtores sergipanos. “Há 19 anos não temos mais a febre aftosa, para todos nós foi uma vitória e comprova a organização do produtor sergipano, com isso procuramos aprimorar nossa pecuária seletiva. Nosso índice de vacinação, que é alto, também demonstração a consciência e a responsabilidade dos produtores rurais”, destaca.
Aftosa
Para combater o problema da aftosa, o governo criou em 1992 o Programa Nacional de Erradicação e Prevenção Contra a Febre Aftosa. A doença causa febre e aparecimento de aftas na boca e nos pés de bovinos, búfalos, caprinos, ovinos e suínos. Ela é causada por um vírus e é contagiosa. O último foco de aftosa no Brasil foi detectado em 2006 nos estados de Mato Grosso do Sul e Paraná.
Fonte: ASN
Foto: reprodução (http://www.diariodeviamao.com.br/noticias/antes-da-vacina-cadastro-do-gado-deve-ser-atualizado/)