Capítulos 38-41: A primeira e única contenda de Deus contra Jó…
ESSE ESTUDO VAI LHE ENSINAR COISAS MARAVILHOSAS, LEIA !…
1.Dos capítulos 38 até o 41 Deus faz 70 perguntas a Jó e com essas perguntas mostra que Jó é arrogante, pois nada sabe e mesmo assim quis colocar Deus em julgamento. O Criador levanta questões sobre 27 temas, sendo 8 a respeito dos fenômenos naturais, 12 sobre animais e 7 sobre a criação da terra, mar e céu. Deus fala sobre os fundamentos da terra, o mar, a alva, o abismo, a largura da terra, o pôr-do-sol, a neve, a luz, a chuva, o gelo, os signos do zodíaco, os relâmpagos, os meteoros, as nuvens, o solo, os leões, os corvos, as cabras, os jumentos selvagens, os bois selvagens, os avestruzes, os cavalos, os gafanhotos, os falcões, as águias, os hipopótamos (ou dinossauros) e os crocodilos.
2.Eliú estava falando sobre chuva, tempestade e vento. Deus aproveitando o discurso de Eliú fala com Jó de um redemoinho. Deus não está falando com cada homem dessa maneira, mas bastou falar assim para Jó para que todos fôssemos beneficiados com Seu ensino. A confrontação de Deus para Jó não é um discurso filosófico ou teológico, mas uma observação simples de Deus como Criador e Sustentador do Universo. Deus pergunta quem Jó pensa que é e manda que se vista como homem, ou seja, se Jó pediu um tribunal
aqui está Deus, mas não no banco de réus e sim como o juiz. Qual é a medida da terra? Do pólo norte ao pólo sul ela mede 12.711 km e sua largura (equatorial) é de 12.753 km. A base da terra é gravitacional, ou seja, está suspensa no universo. Quando Deus criou o universo os anjos (as estrelas, os filhos de Deus) estavam lá com sua música (38.1-7).
3.Deus fez a separação das águas no abismo conhecido como mar e acima no céu com os antigos bolsões abertos no Dilúvio. Deus deu um limite para as ondas. Deus também desafia Jó falando da alva. É como se Deus pegasse a beira da terra e sacudisse todos os perversos. É uma alusão à perversidade cometida à noite. Quando a luz começa a raiar os malfeitores somem. Conforme as primeiras luzes vão brilhando sobre a terra esta vai tomando sua forma aos nossos olhos. Tudo vai ficando bonito: as planícies, planaltos, montanhas e vales. Os perversos são derrotados com a luz do dia (38.8-15).
4.As profundezas do mar são misteriosas. O homem descobre a cada dia algo novo debaixo do mar. O lugar dos mortos é simplesmente inacessível ao homem enquanto em vida. Quanto à largura da terra, hoje é possível saber (veja ponto anterior de Jó 38.1-7). Jó não tinha como entender o giro da terra ao redor de cima mesma e ao redor do sol. No versículo 21, Deus usa de ironia (38.16-21).
5.A neve se forma no alto, mas para cair precisa a temperatura deve ser ideal até o chão. Às vezes há neve na altura de um prédio, mas no chão só chega a chuva. Alguém “soterrado” por neve pode viver por longos perídos, pois há falhas nos cristais de gelo onde fica o ar. Não há nenhum floco de neve igual a outro em desenho. A saraiva ou chuva de pedra é o resultado da evaporação da água que precipita em forma sólida e causa grandes estragos (38.22-23).
6.A luz é difundida de modo maravilhoso. É na estratosfera que existe a camada de ozono e onde começa a difusão da luz para a terra que origina o azul do céu. O vento ocorre por causa das diferenças de temperatura e pressão da terra, mas quando começa e todos os fatores só Deus pode determinar. Outras questões que Jó jamais poderia ter noção são a respeito do gelo, geada e lagos compactos de gelo (38.24-30).
7.O conjunto de estrelas conhecida como Constelação de Touro ou Sete-Estrelo ou Plêiades. Órion é a constelação mais fácil de se enxergar. É só saber identificar as “Três Marias”. As três marias ficam no centro e quatro estrelas em volta delas (quadrilátero) formam o cinturão de Órion. Jó não poderia manter esse desenho no céu, só Deus pode. Os signos do Zodíaco ou círculo dos animais é um círculo no céu com aparência de animais. A Ursa maior e menor são constelações que não vemos no hemisfério sul. A ursa indica o norte. A importância das estrelas para os navegadores foi e é enorme (38.31-33).
8.Os meteoros são partículas do espaço, pedras e poeiras dos cometas que ao entrarem na atmosfera nos oferecem um espetáculo à noite. Incendiadas pelo atrito parecem estrelas caindo (estrelas cadentes). Os odres nos céus são as nuvens cheias de águas para despejarem na terra (38.34-38).
9.Deus diz para Jó em forma de perguntas que Ele é quem sustenta os leões e os corvos. Se Deus faz tudo isso certamente é Ele também quem cuida do homem e de Jó que está sofrendo, mas não consegue ver Deus por olhar somente para si mesmo (38.39-41).
10.Deus continua sua contenda com Jó falando de alguns animais indomáveis. É uma forma de dizer que Jó não tem controle somente de seu sofrimento e do plano de Deus em sua vida, mas também não poderia controlar aquilo que está ao seu redor, os animais por exemplo. Um jovem pesquisador de animais, Steve Irving, conhecido como “O caçador de crocodilos” desafiava a todas as feras, mas sua vida terminou tragicamente ao pegar uma raia. Ele teve seu coração perfurado com o poderoso aguilhão daquele animal, algo que para ele deveria ser óbvio, mas o pegou mortalmente. Os animais são do Senhor. Os primeiros animais selvagens mencionados no capítulo 39 são as cabra monteses e as corças que têm suas crias que logo que podem fogem para viver sozinhas sem os cuidados da mãe (39.1-4). 11.O jumento selvagem escapa do arrieiro e mesmo que este grite muito e corra atrás não conseguirá pegá-lo. O boi selvagem já tem feito muito estrago em rodeios com os peões, pois não é um animal nada manso e ninguém se atreveria a arar a terra com ele (39.5-12).
12.O avestruz é um animal que esconde seus ovos de predadores. O avestruz não tem penas e asas de bondade. Ele pode se tornar bem agressivo. Mesmo escondendo os ovos de seus predadores a mamãe avestruz pode acidentalmente pisar em um ovo ou algum animal pisar, mas ela não pensa nisto. Trata seus filhotes com dureza e é um animal muito veloz. Homens já montaram em avestruz e sentiram sua velocidade que pode chegar a 80 km/h. Cada passada de um avestruz chega a 5 metros (39.13-18).
13.O cavalo dispensa apresentações, pois embora seja um animal selvagem o homem conseguiu domá-lo. Às vezes o homem até esquece que o cavalo é selvagem e sofre acidentes terríveis. Por ser um animal forte e veloz, o cavalo tem sido usado em batalha há milênios. Quando o cavalo é de guerra ele entende até os sonidos das trombetas (39.19-25).
14.Finalmente, Deus desafia a inteligência de Jó ao falar do falcão e da águia. São aves que voam alto, excelentes caçadoras com visão aguçada. Deus sustenta esses animais todos e conhece cada impulso deles, pois Ele colocou instintos dentro de cada para que, mesmo não tendo entendimento, agissem conforme sua espécie. Nenhum animal precisa conviver com outros de sua espécie para saber como agir, como comer, como se preparar para dar à luz e como tratar de seus filhotes. Como diz o hino “Deus tem um plano para cada criatura”. O Senhor tem um plano para a vida de Jó (39.26-30).
15.Jó quis tanto a oportunidade de contender com Deus em um tribunal e mostrar toda a sua integridade e perguntar-Lhe o motivo de deixá-lo sofrer. Deus dá a Jó a tão esperada oportunidade, mas Jó não tem o que dizer, pois ninguém pode julgar ao Senhor (veja Romanos 3.19). Diante de Deus é que temos que nos colocar quando temos questões difíceis as quais não entendemos (40.1-5).
16.Parece que enquanto Deus falava o redemoinho ainda estava soprando. Jó teve um tribunal extraordinário, mas não conseguia falar diante de tanta majestade. As perguntas de Deus a Jó são incisivas e mostram que Jó se preocupou tanto em se justificar que esqueceu que ao fazer isto acabou por acusar ao Senhor. Quando nos preocupamos demais com o sofrimento sobre nós como se fosse algo extraordinário nos envolvemos na armadilha de achar que estamos sendo injustiçados e por não acharmos culpados acabamos culpando a Deus em nosso coração (veja 1 Pedro 4.12). Jó só poderia falar assim com Deus se ele próprio fosse forte como Deus e se vestisse de excelência e glória, então poderia derramar sua ira sobre os soberbos, sejam seus três amigos ou outros. Até Deus se humilharia diante de Jó, mas é claro que Jó é somente um homem, pois mesmo sendo íntegro depende de Deus para sustentá-lo em sua vida e integridade (40.6-14).
17.Novamente, quando pensamos que Deus falará de Sua majestade no céu, Ele fala de Sua criação. Toda a atenção é voltada para um animal dentre tantos outros que Ele fez. O animal chama-se em hebraico “behemote”. Alguns têm identificado com o hipopótamo e outros com o elefante, mas nenhum desses dois grandes animais corresponde à descrição, pois a cauda de ambos é muito pequena e na descrição a cauda é como o cedro. Certamente tratava-se de um animal extinto, talvez um dinossauro o qual talvez tenha sumido após o dilúvio. Como disse L.M. Grant “cada parte de sua anatomia contribui para sua força excepcional… seus lombos, corpo, pernas e ossos e até mesmo a cauda”. Deus criou este animal como símbolo de força e poder. Ainda que fosse um animal poderoso, Deus tinha que cuidar dele para que nunca lhe faltasse água e erva, pois embora grande e terrível era herbívoro. Não é problema teológico algum crer que dinossauros existiram, porém, não precisamos acreditar na falácia de que existiram a milhões de anos. O behemote nos ensina algo sobre a auto-suficiência do homem. O ser humano quando é forte e poderoso pensa que nada pode lhe conter (40.15-24).
18.Se não bastasse o exemplo do poder do behemote, Deus apresenta a Jó a exuberância do leviatã. Seria uma baleia, um crocodilo ou um dragão? Parece que o dragão corresponde melhor à descrição, mas muitos rejeitariam por entenderem que dragão é uma figura mitológica. Porém, Satanás é chamado de “o dragão, a antiga serpente”. A China reconhece há milênios o dragão como um ser de adoração. As muitas fantasias sobre dragões não devem nos impedir de admitir a existência e extinção desse animal poderoso. Não é possível prender em cativeiro este animal. Hoje, há muitos crocodilos em cativeiro e baleias em aquários as quais proporcionam espetáculos. A luz resplandece aos espirros do leviatã. A baleia quando esguicha produz a impressão de luz e arco-íris ao sol. Porém, da boca do dragão sai fogo, conforme as lendas. Se este animal realmente existiu, as lendas chegam até nós com verdadeiro. O leviatã vê tudo o que é alto. Não se encaixa com o crocodilo e nem com a baleia, mas com o dragão que voa, sim. Seja como for, o leviatã ensina a Jó e a todos nós que a criação de Deus é muito poderosa e que se toda a criação está debaixo do controle Dele, muito mais nós que valemos mais do que os pardais, o behemote e o leviatã (41.1-34).
Fonte: http://obomministro.blogspot.com.br/2011/07/jo-capitulos-38-41.html
Foto ilustrativa : http://desmanipulador.blogspot.com.br/2014/05/a-historia-de-jobiblico.html