Uma operação da Divisão contra Roubos e Furtos de Veículos (DRFv), com apoio da Divisão de Inteligência e Planejamento Policial (Dipol) da Polícia Civil, apreendeu nesta quinta-feira, 5, no bairro Atalaia, zona sul de Aracaju, e na cidade de Itaporanga D’Ajuda, dois adolescentes, ambos com 16 e 17 anos idade, suspeitos de matarem o taxista Carlos Augusto de Almeida Menezes, 52 anos, no último dia 24 de fevereiro.
De acordo com o delegado Thiago Leandro, a investigação do crime iniciou logo após a notícia do desaparecimento da vítima.
Testemunhas informaram à polícia que o taxista havia sido visto pela última vez por volta das 21h do último dia 23 de fevereiro pegando duas passageiras próximo a uma universidade particular do bairro Farolândia. “Esta informação será apurada como mais rigor ao longo desta semana, mas o fato que apuramos foi que os dois jovens infratores entraram no carro do taxista no condomínio São Lourenço, na Atalaia, e alguns metros depois anunciaram o assalto”, explica.
O delegado narra que a vítima tentou reagir, mas foi agredido e colocado no banco de trás do táxi. No bairro Aruana, na localidade conhecida como Banho Doce, eles pediram para o taxista descer do carro e a vítima teria tentado fugir e acabou sendo alvejada com vários disparos, vindo a falecer no local. Após o crime, os dois fugiram e levaram o carro até o condomínio Estrela do Mar, na Atalaia, onde retiraram toda a plotagem do carro e deixaram o veículo escondido em uma garagem para repassar a um receptador da zona norte de Aracaju.
Segundo o delegado-geral, Everton dos Santos, no dia seguinte a polícia localizou o veículo e a partir de imagens que mostravam o taxista em determinados percursos, de investigações do Dipol e com apoio da população, a polícia identificou os infratores. “Para nossa surpresa, trata-se de dois jovens de classe média, que estudam em escolas particulares, moram em apartamentos confortáveis na zona sul e que tinham um pequeno histórico de confusão com a Justiça. O garoto de 17 anos, responsável pelos tiros que mataram o taxista, iria fugir para a Itália, onde a mãe reside atualmente”, conta.
Everton disse que o rapaz contou a mãe que teria matado uma pessoa e ela então tomou providências para retirar o filho do país. “Ela ligou para o pai do rapaz, que mora em um sítio em Itaporanga D’Ajuda, e pediu para o filho passar uma temporada com ele até que o passaporte do garoto fosse retirado. O jovem estava morando com o pai, que não sabia de nada sobre o assassinato”, disse.
Esta, porém, não é a primeira vez que o garoto se envolveu com a Justiça. “Tempos atrás ele roubou uma arma de sua avó, que é agente penitenciária, e o caso acabou indo para na Delegacia Especial de Proteção a Criança e ao Adolescente (Depca)”, disse Thiago Leandro. Já o menor de 16 anos estava se preparando para fugir para Arapiraca (AL), onde iria viver com o pai.
“Realizamos os depoimentos dos dois aqui na delegacia na presença dos pais e eles confessaram todo o crime. Disseram que a intenção era apenas roubar o carro para vender a um receptador e que não pretendiam matar o taxista, mas apenas deixá-lo amarrado até que a venda do carro fosse concretizada. Ocorre que a vítima tentou fugir e eles resolveram matar o trabalhador e deixar o carro escondido na garagem de um condomínio até que as coisas ficassem mais calmas”, destacou Thiago.
A arma do crime, um revólver calibre 38 com duas munições intactas, foi encontrada enterrada em um sítio de Itaporanga. O carro da vítima, um Voyage 1.6, branco, foi apreendido e encontra-se na DRFv.
Determinação
O delegado-geral ressaltou que recebeu ordem expressa do secretário de Segurança Pública, Mendonça Prado, para que as investigações que envolvessem homicídio tivessem prioridade absoluta.
“O nosso secretário determinou que estes casos fossem investigados com celeridade e que os culpados deveriam ser presos o mais rápido. Nesse sentido, desvendamos em tempo recorde o caso do secretário-geral da OAB, a morte de um comerciante do Mosqueiro, de um empresário de Siriri, e agora do taxista. Em todos esses casos a polícia conseguiu dar uma resposta rápida a sociedade. Outros casos da mesma natureza estão com investigações bem aprofundadas”, garantiu.
Por: Ascom da SSP