Com o objetivo de promover a rotatividade nos leitos de toda a rede hospitalar e reduzir a lotação da maior unidade de saúde do estado, o Hospital de Urgência de Sergipe (Huse), a Secretaria de Estado da Saúde (SES), através da Fundação Hospitalar de Saúde (FHS), realizaram na manhã desta segunda-feira, 25, o início da transferência de pacientes diagnosticados como de pequena e média complexidade para os hospitais regionais.
Ao todo, 85 pacientes da clínica médica do Pronto Socorro do Huse já foram avaliados. Tratam-se daqueles que estão internados nas áreas azul e verde da clínica e que não precisam de tratamento de alta complexidade, que é o foco da assistência prestada pelo Huse. Com a transferência, eles continuarão recebendo toda a assistência e ficarão mais próximos das suas residências.
Segundo a técnica da FHS, Luciana Prudente, serão identificadas a oferta de leitos na rede hospitalar para que os pacientes tenham ainda mais facilidade aos procedimentos necessários para concluir o tratamento.
“A expectativa é que os pacientes tenham acesso aos leitos com maior rapidez e que completem o cuidado da maneira que precisam e com mais conforto, segurança. Assim, conseguiremos reduzir ainda mais a superlotação do Pronto Socorro do Huse. Desse modo, haverá melhoria na assistência dos pacientes que ficarão na unidade. Esse trabalho vai virar rotina dentro do Huse”, disse Luciana Prudente.
De acordo com a coordenadora do Pronto Socorro do Huse, Lycia Diniz, o encaminhamento dos pacientes à rede é necessário porque 89% dos que chegam à porta da unidade não são de urgência e emergência de alta complexidade.
“Diminuindo a quantidade de pacientes, nossas equipes ficarão ainda mais ágeis para dar todo o atendimento que os de alta complexidade precisam. A condição de trabalho dos profissionais vai melhorar gradativamente à medida que o hospital vai esvaziando, pois o Huse tem todas as especialidades médicas disponíveis, tecnologia e equipes preparadas”, afirmou.
Operacionalização
Antes de iniciar o processo de transferência, os pacientes passam por uma avaliação multidisciplinar. É feito um cadastro e, em seguida, é solicitada uma ambulância com um auxiliar de enfermagem para encaminhá-lo à unidade de destino.
Ainda de acordo com Lycia Diniz, essa ação de transferência dos pacientes para os hospitais regionais é preconizada pelo programa SOS Emergências, do Ministério da Saúde (MS), que está sendo implantado no Huse.
“Os pacientes que estão sendo transferidos são aqueles em fase avançada de tratamento e vão ocupar os leitos de retaguarda da rede hospitalar. Outros Estados estão contratando leitos na rede privada, mas em Sergipe, os pacientes estão sendo levados para a rede própria”, reforçou.
A médica do Pronto Socorro do Huse, Tereza Suelly, aprova a ação executada pela SES e FHS. “Queremos que o paciente que começamos a acompanhar seja bem cuidado nas unidades próximas à sua residência de origem. Almejamos que complemente seu diagnóstico e que tenha seu tratamento e o atendimento mais humanizado”, disse.
Gestão da rede hospitalar e de leitos
A FHS está fazendo dois movimentos para melhorar a qualidade do atendimento na rede hospitalar de Sergipe. O primeiro movimento é dentro do Huse, onde a equipe médica, junto com a equipe de enfermagem, está acolhendo todos os pacientes, identificado suas necessidades e fazendo esse movimento de transferência continuamente, através do senso qualitativo. Paralelo a esse trabalho interno, todas as unidades estão sendo mapeadas junto com a oferta de leitos para melhorar a taxa de ocupação dos pacientes no interior.
Outras especialidades também estão recebendo o cuidado para que os pacientes sejam levados para mais perto de suas casas, tenham o acesso a leito facilitado, recebam tratamento mais humanizado e evite a superlotação do Huse.
“O cuidado está sendo facilitado em diversas linhas: bucomaxilo, cirurgia de mão, trauma, ortopedia e hoje inicia a linha da clínica médica. Em cada unidade regional está sendo criado o Núcleo de Acesso e Qualidade Hospitalar (NAQH), que vai operacionalizar em rede”, finalizou Luciana Prudente.
Para o diretor geral da FHS, Marcelo Vieira, “essa iniciativa, conjugada com a implantação do SOS Emergências, tem por objetivo organizar de uma vez por todas o atendimento dos pacientes do PS do Huse, utilizando todo o potencial da rede hospitalar do estado. É um processo que veio para ficar. Essa atuação em rede garantirá um atendimento mais resolutivo e humanizado. Os usuários estarão mais acolhidos. Apostamos que em curto espaço de tempo, a sociedade sentirá a diferença”.