O governador Jackson Barreto esteve reunido na tarde desta segunda-feira, 25, na sede do Banco do Nordeste (BNB) em Fortaleza com o presidente da Instituição, Marcos Costa Holanda, para tratar da atuação do BNB no estado, do aumento das taxas de juros do FNE de recursos disponíveis para serem investidos na economia sergipana e a atração de novos investimentos.
Na oportunidade, também foram debatidos projetos de desenvolvimento para o estado e a possibilidade de se ampliar a atuação do BNB, além das perspectivas de atração de novos investimentos que necessitem do financiamento da instituição financeira.
O Superintendente Estadual do Banco em Sergipe, Saumíneo Nascimento, acompanhou o governador Jackson Barreto na audiência e fez uma explanação da atuação do banco e das metas estabelecidas para os próximos anos. A Superintendência Estadual de Sergipe dispõe de R$ 655 milhões para investir nos diversos setores da economia sergipana, através do FNE – Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste. Só nas primeiras semanas de janeiro, o Banco já emprestou mais R$ 11 milhões em recursos do FNE.
Além desses recursos, a Superintendência dispõe de outros R$ 500 milhões (Crediamigo) para microcrédito na economia sergipana. Os recursos são destinados microempresários e empreendedores. Outros R$ 80 milhões são da carteira de crédito Agroamigo, linha de crédito direcionada a pequenos produtores rurais.
As taxas de juros do FNE subiram agora em 2016 da faixa entre 7% a 12% ao ano conforme o montante, o porte e a natureza (setor/ ramo de atividade, industrial, rural, investimentos, giro, etc) da operação. Em dezembro de 2015, o governo federal aprovou a elevação dos juros do FNE para o patamar de 14%, taxa que está sendo praticada desde janeiro de 2016.
Sobre esse assunto, o governador Jackson Barreto entregou um ofício ao presidente do Banco do Nordeste criticando o aumento dos juros. O documento contém críticas não apenas ao aumento de juros, mas ao fato dele acontecer durante uma grave crise que vem gerando desemprego em todo país e retração da atividade econômica.
Foi com surpresa, desapontamento e sentimento de injustiça que o Nordeste recebeu a aprovação da resolução 4.453 do Conselho Monetário Nacional (CMN), do dia 17 de dezembro de 2015, que elevou abruptamente as taxas de juros nas operações dos fundos constitucionais, como o Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FNE) e os seus equivalentes para as regiões Norte e Centro-Oeste, diz o ofício.
O governador Jackson Barreto lembrou que o ambiente econômico do país está desfavorável neste momento e um dos papéis fundamentais do Banco do Nordeste é de fomentar o setor produtivo. Os juros do FNE já foram 3% ao ano, passaram para 7% e agora, com essa nova subida, começa a ficar inacessível a classe produtora. Não podemos ficar calados. Há uma incoerência muito grande quando se penaliza o pequeno de forma mais dura do que os grandes. É preciso incentivar o pequeno empresário. Em momentos de crise, de desemprego, as pessoas buscam empreender e esse aumento nos juros é um retrocesso, avaliou o governador.
O documento resume o sentimento não apenas dos governos, mas principalmente da classe produtiva que gera emprego e renda A taxa de juros anual do FNE, operado pelo Banco do Nordeste para financiar os investimentos na região, subiu mais de 70% para as pequenas e médias empresas, passando de 8,24% em 2015 para 14,12% em 2016, em um momento crítico em que se encontra a economia nacional, cujo PIB retrocedeu mais de 3% em 2015, causando intenso desemprego, perda de renda e queda de confiança no ambiente de negócios.
Jackson demonstrou insatisfação com essa decisão e pediu providências no sentido de reverter este processo que irá aprofundar ainda mais a crise e inibir o empreendedorismo em toda região.
Fonte: Ascom Estado
Foto: Ascom BNB