Eu quero e vou mudar minha vida! Foi esse pensamento que motivou uma adolescente de 17 anos a deixar a criminalidade e as drogas. Amanda Messias Santos foi inserida no programa de Egressos e hoje estuda e trabalha como menor aprendiz na unidade da Defensoria Pública do Estado de Sergipe, localizada no Fórum Gumersindo Bessa.
O programa de Egressos, que conta com a parceria da Fundação Renascer, Defensoria Pública e Senac é a etapa mais importante do processo de ressocialização. O adolescente, após cumprir uma medida socioeducativa, sobretudo de internação ou semiliberdade, é inserido no mercado de trabalho na condição de jovem aprendiz, passando a exercer uma profissão digna.
“É de conhecimento geral que as medidas socioeducativas aplicadas no Estado de Sergipe não atendem às diretrizes estabelecidas pelo Estatuto da Criança e do Adolescente e Lei de Execução de Medidas Socioeducativas. O Programa de Egressos é, atualmente, o único instrumento que garante a inclusão social de adolescentes que responderam pela prática de ato infracional, sendo uma efetiva oportunidade dada ao adolescente de alcançar seus objetivos mediante esforço próprio, evitando ainda a reincidência na prática de atos infracionais”, disse o defensor público e coordenador do Núcleo da Criança, José Fabrício Sabino.
Amanda Messias relatou que entrou para o mundo do crime após a morte de seu pai. “Quando ele morreu fiquei revoltada e comecei a participar de torcidas organizadas, onde conheci pessoas erradas que me incentivaram a praticar crimes. Usei drogas e todo dia roubava. Não sei por que eu roubava, talvez por ver os colegas fazendo e achava normal. Comecei a mudar depois que conheci meu marido. Ele nunca usou drogas e não era do meio, mas me incentivou deixar o crime. Outro motivo foi poder voltar a estudar e trabalhar através de uma oportunidade que a Defensoria Pública me deu. Sou muito grata a Dr. Fabrício e aos funcionários que me acolheram bem”, agradece.
Para Amanda, ocupar a mente com estudos e trabalho fez com que enxergasse a vida mais colorida. “Não tenho tempo de fazer nada de errado, pois minha mente hoje está ocupada com coisas boas. Não esqueço o que fiz no passado, mas hoje tenho outra vida. Antes brigava todo dia com minha mãe, feria fisicamente meu irmão e graças a Deus ajudo financeiramente minha mãe e meu irmão, passo mais tempo com eles e a paz reina em nossa família”, conta.
Com relação ao futuro, Amanda garante que vai terminar os estudos para ter um futuro promissor. “Vou terminar meu curso profissionalizante e quero sair da Defensoria Pública empregada. Antes era uma pessoa triste e quando não estava presa só pensava em brigar e cometer delitos. Hoje sou uma Amanda alegre, feliz e que pensa em ser policial ou quem sabe delegada”, planeja.
Com relação à experiência ruim que teve na vida, Amanda prefere não relembrar, mas manda um recado para as pessoas que estão no crime. “Quero dizer a todos que escolheram o crime que tudo que fiz não passou de ilusão, que na época eu pensava como eles pensam hoje, mas a vida é muito boa e ser presa é horrível, pois a liberdade é tudo que nós temos. Repense a vida, pois o futuro para quem está no crime é a morte e a prova disso foi meu ex-namorado, que morreu nos meus braços. Graças a Deus tive sorte em encontrar pessoas boas no caminho e ter sido acolhida pela Defensoria Pública”, aconselha.
Foto – Amanda com o defensor público, Fabrício Sabino e os servidores da Defensoria
Por: Débora Matos /Jornalista- ASCOM