Bloqueios na ponte do conjunto João Alves, no limite entre Aracaju e Socorro, e na Avenida Marechal Rondon, próximo a UFS. Essa é a segunda greve geral, em menos de dois meses, convocada pelas Centrais Sindicais, contra as reformas Trabalhista e da Previdência, a lei da terceirização e contra Temer. Assim como no dia 28 abril, de norte a sul do país, trabalhadoras e trabalhadores decidiram parar o país nesta sexta-feira, 30, como forma de mostrar ao governo Temer e ao Congresso Nacional que não vão aceitar a retirada de direitos, nem os corruptos que estão no poder.
Os ônibus na grande Aracaju não estão circulando. As empresas, mesmo com decisão judicial garantindo a circulação de frota minima, resolveram manter os veículos nas garagens com medo de depredações e vandalismos. Os terminais de integração estão sem movimentação nenhuma. No comércio algumas lojas abriram, mas o movimento era tímido no centro comercial de Aracaju nas primeiras horas da manhã desta sexta, 30.
Várias categorias organizadas e movimentos aderiram a greve: petroleiros, cimenteiros, professores e técnicos da UFS, trabalhadores da Almaviva, rodoviários, bancários, auditores fiscais, correios, servidores do judiciário, profissionais da saúde, professores estaduais e municipais, servidores públicos, movimento de desempregados, ocupações por moradia e moradores de bairros.
“Não aceitamos que qualquer central sindical tente negociar com o governo essas reformas, porque de qualquer forma elas são prejudiciais aos trabalhadores. Também não aceitamos que tentem desviar a luta dos trabalhadores para questões eleitorais. O que nós precisamos é derrotar todos esses ataques e colocar para fora Temer, junto com todos os corruptos. Depois do TSE absolver a chapa Dilma Temer, ficou provado que só os trabalhadores organizados e em luta podem defender seus direitos e melhorar esse país”, declara Bruno Dantas, da CSP-Conlutas e diretor do Sindipetro AL/SE.
A Conlutas não acredita que apenas eleições diretas para presidente vai resolver esses problemas. “Primeiro precisamos garantir que as reformas não passem. Junto queremos que Temer e todos os corruptos do congresso nacional caiam fora. Nesse caso, defendemos eleições gerais, para todos os cargos, com novas regras, sem financiamento das empresas, e sem participação de corruptos e corruptores. Queremos que estes sejam presos e tenham todos os seus bens confiscados”, afirma o sindicalista.
A central, que defende mudanças mais radicais, tem impulsionado a organização da greve e das mobilizações através de assembleias e da construção de comitês populares e operários. A Conlutas acredita que a partir dessas experiências os trabalhadores começam a aprender que podem decidir sobre suas próprias vidas e assim criar sua própria forma de governo, através da auto-organização nos locais de trabalho, de estudo e moradia.
Fonte: Frente Brasil Popular