Foi realizada na manhã desta terça-feira, 7, na Sala de Imprensa Radialista Júlio César, na sede da Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP/SE), uma coletiva de imprensa com intuito de esclarecer detalhes sobre a investigação que resultou na elucidação do assassinato de Juciane de Souza Alves, ocorrido no dia 8 de maio de 2017, no município de Areia Branca.
A investigação que durou seis meses foi realizada em ação conjunta com policiais da Delegacia de Areia Branca e da Divisão de Inteligência da Polícia Civil (Dipol). De acordo com os levantamentos, às 4h50 da manhã, a vítima aguardava o ônibus de trabalhadores da empresa quando foi surpreendida por dois homens armados em uma motocicleta, que se aproximaram e executaram a trabalhadora com cinco tiros na cabeça. As investigações começaram de imediato poucas horas depois do crime.
De acordo com o delegado do município, Cleones Silva, a hipótese de latrocínio e de dívidas foram descartadas e a ideia de crime passional também foi abandonada. Os levantamentos ganharam impulso a partir de informações repassadas pelo disque denúncia 181, que afirmavam que a vítima foi morta pela colega de trabalho Elizete Seixas Santos, conhecida como “Keka”.
“Juciane estava sentada de cabeça baixa, mexendo em seu celular com fone de ouvido, quando Isaías Nunes da Silva, esposo de “Keka” e Elison Seixas Santos, conhecido como “Júnior”, sobrinho da mandante, aproximaram-se em uma motocicleta, momento em que o garupa desceu e desferiu cinco tiros na cabeça de Juciane. Foi uma execução, já que nenhum objeto da vítima foi levado e suspeitos evadiram-se do local”, afirmou o delegado.
As investigações esclareceram que o marido de Elizete, identificado como Isaías Nunes da Silva, também é funcionário da Usina, chegou no dia do crime em casa às 5h15 da manhã, em uma motocicleta com as mesmas características da visualizada na cena do crime. “Em depoimento, Isaías negou a informação e disse que dormiu o tempo todo em sua casa. De posse de todas as informações, a única hipótese para apontar a autoria do crime foram as brigas confirmadas entre Elizete e Juciane”, ressaltou Cleones Silva.
Esclarecidos os fatos, a polícia realizou a prisão de Elizete e Isaías no município de Laranjeiras. Já Elison foi preso no bairro Bugio, em Aracaju.
Outras prisões
O delegado esclarece ainda que a família de Elizete possui um histórico de crimes de homicídio agindo sempre de forma fria em momentos de conflitos. Os irmãos da mandante foram identificados como Adriano Seixas Santos, o “Nano”, e Welinghton Luiz Santos, o “Etinho”. “Nano tem dois mandados de prisão por homicídio qualificado praticado nos municípios de Capela e Laranjeiras e Etinho também matou duas pessoas nos mesmos municípios. No início, acreditávamos que Keka tinha chamado um dos irmãos para acompanhar o marido na empreitada criminosa e novamente a surpresa: ela se valeu de um sobrinho para executar a colega”, salientou Cleones.
Nano e Adriano foram presos na zona rural de Macambira por terem mandados de prisão preventiva e definitiva expedidos contra eles por diversas Comarcas de Sergipe pelos crimes de homicídio qualificado.
O sobrinho, identificado como Elison Seixas Santos, conhecido como “Júnior”, possuia mandado de prisão em aberto por ter matado um rival em Itaporanga D’Ajuda e respondendo a um inquérito policial na cidade de Lagarto por tentativa de homicídio. Segundo a peça investigatória, Elisson e um comparsa tentaram matar um rapaz no povoado Jenipapo, zona rural de Lagarto, sem motivação aparente.
No momento da prisão de Adriano, os policiais também apreenderam três espingardas, sendo uma de calibre 12. “Fizemos o flagrante dele pelo crime de posse ilegal de arma de fogo, cuja pena é de até três anos de prisão. O crime cabe fiança, mas não foi aplicada devido ao histórico criminal do suspeito, e o juiz plantonista confirmou essa decisão convertendo esse flagrante em mais uma prisão preventiva em desfavor de Nano”, explicou o delegado.
Cleones acrescenta que as investigações continuam no sentido de identificar outras pessoas que de alguma forma deram suporte ao cometimento do assassinato. Além da Delegacia de Areia Branca e do Dipol, estiveram envolvidas na operação a Delegacia de Malhador, a Coordenadoria de Polícia Civil do Interior (Copci) e o Complexo de Operações Policiais Especiais (Cope).
Por: www.imprensa1.com