O líder da bancada de oposição na Assembleia Legislativa, deputado estadual Venâncio Fonseca (PP), ocupou a tribuna na tarde dessa segunda-feira (9) para questionar a posição do Sindicato dos Trabalhadores em Educação no Estado de Sergipe (Sintese) que aceitou, sem questionamentos, a proposta de reajuste salarial do Executivo de 7,97% a partir de setembro.
Venâncio disse que em 2012 os deputados da oposição foram procurados pelo Sintese para rejeitar a proposta salarial do governo de Marcelo Déda (PT) e agora, com Jackson Barreto (PMDB), o Sintese estranhamente aceitou. Para ele os parlamentares se sentiram usados.
“Fomos procurados por dirigentes do Sintese, no ano passado, para conversar e eles fizeram um apelo para que os deputados da oposição não votassem o aumento de 6,5% proposta por Marcelo Déda e ofertado aos professores porque ia prejudicar a categoria. Agora, Jackson Barreto chama o Sintese, faz uma proposta de 7.97% a partir de setembro, sem dá garantia de que vai pagar a diferença de janeiro até agora, e eles aceitam? Sem questionamentos? Se não tiver uma explicação, os deputados vão entender que foram usados em 2012 pelo Sintese apenas por questões pessoais e nós não queremos nos envolver nestes problemas”, reclamou o líder da oposição.
Venâncio reforçou sua tese dizendo que o Sintese aceitou o diálogo com Jackson Barreto e fechou uma proposta salarial um pouco superior a proposta de Marcelo Déda que era repudiada.
“Não tem garantia do pagamento do piso, não tem garantia do pagamento de janeiro até agora, e mesmo assim não foi problema para o Sintese aceitar. Mas foi em 2012? Eu não quero me meter no problema pessoal de ninguém! Sim e a proposta de reajuste para os demais servidores? Vão dar aos professores, com todo o direito diga-se de passagem, mas e os outros trabalhadores? O governo até agora não dá uma satisfação. Ficam em silêncio!”, reclamou.
Venâncio confirmou ainda que foi aprovado um requerimento de autoria dele e do deputado Augusto Bezerra (DEM), convidando o presidente do Sindifisco (Sindicato do Fisco do Estado de Sergipe) para vir à Assembleia Legislativa debater com os deputados sobre a realidade financeira do Estado. Apartes – O deputado Zé Franco (PDT) também fez uso da palavra e disse a Venâncio Fonseca que concorda com ele quando diz que os parlamentares foram usados pelo Sintese.
“Fomos usados! A grande maioria da classe trabalhadora recebe o salário mínimo e nem isso o funcionalismo de Sergipe recebe! Não podemos concordar com isso e o senhor está certo em cobrar isso todos os dias até que o governo corrija essas distorções com o funcionalismo público”, disse, sendo acompanhando pelo deputado Capitão Samuel (PSL).
Por sua vez, o deputado Antônio Passos (DEM) foi ainda mais incisivo nas críticas: “o servidor público está sendo é massacrado por esse governo! Se você observar a Constituição Federal, vai ver que todos os servidores têm direito a reposição salarial e até então nada! Houve o aumento do salário mínimo e eles não tiveram esse direito. Nada disso está sendo respeitado por esse governo. Que o governador em exercício envie logo uma proposta para a Assembleia Legislativa e o projeto dos professores veio sem anexos? Se veio é porque o governo não tinha interesse em aprova-lo logo”.
O deputado Augusto Bezerra (DEM) ratificou que os deputados foram realmente enganados pelo Sintese. “O passivo com a Educação é grande. É o passivo do ano inteiro. Tem 6,5% do ano de 2012 todo! O Sintese solicitou que ele não fosse votado. Eu me arrependo de ter escutado o Sintese e posso até criticas alguns índices salariais, mas não volto mais contra reajustes nesta Casa. A deputada Ana Lúcia (PT) precisa explicar isso!”.
Os deputados Paulinho Filho (PTdoB) e Maria Mendonça (PSB) também acompanharam o raciocínio de Venâncio Fonseca.
Por: Habacuque Vilacorte/ Ascom da Assembleia Legislativa