O diretor da Associação Nacional de Transportes Urbanos (NTU), Marcos Bicalho, esteve em Aracaju discutindo sobre os desafios e soluções para mobilidade urbana, no encontro “Café com Debate”, no último dia 23/03, que reuniu representantes de diversos setores. No debate, Bicalho acentuou que o transporte coletivo, como serviço público essencial, segue um plano de continuidade visando a coletividade, e, para tanto, precisa ser protegido por todos.
“Mobilidade urbana influi na vida de todos, tanto que é uma realidade de todas as cidades brasileiras a necessidade de se debater formas para uma mobilidade mais sustentável e acessível a todos, então a visão do transporte público como um bem coletivo precisa ser protegida por todos”, reforçou o diretor da NTU.
Marcos Bicalho foi enfático ainda sobre a prioridade ao transporte coletivo nas vias através das faixas exclusivas, a regularidade na prestação do serviço através das licitações e concessões, o equilíbrio entre os subsídios para o transporte e o uso regular das gratuidades, bem como a necessidade de desoneração de tributos e os investimentos em estrutura para operação do transporte.
Quanto menor o custo do serviço, melhor para todos
Entre os que colaboraram para com o debate, esteve também o presidente do Sindicado das Empresas de Transporte de Passageiros de Aracaju (Setransp), Alberto Almeida, que destacou: “o Brasil no setor de transporte tem apresentado o fechamento de diversas empresas que passaram grandes dificuldades financeiras com o crescimento dos custos para operação do serviço e, em contrapartida, a queda do número de passageiros transportados. E o transporte em si é um assunto complexo, mas que afeta a população em geral, não só usuários do ônibus coletivo, então debater a mobilidade urbana com várias frentes é uma forma de expor as inquietações de cada um com a finalidade de se encontrar nortes”, considerou Alberto Almeida.
De acordo com o presidente do Setransp, quanto menor for o custo de operação do transporte melhor será tanto para as empresas como para população. “Não há o menor interesse das empresas em aumento de custos, principalmente porque refletem na tarifa. Ao contrário, as empresas esperam contar com um equilíbrio financeiro, em um transporte com menos impostos e mais investimentos, com subsídios, para estar em condições de ofertar um transporte com tarifa acessível e que tenha fluxo nas vias, para atrair o passageiro”, frisou ele.
Café com Debate
O evento contou ainda com a presença de gestores de Superintendências Municipais de Transporte e Trânsito de Aracaju e de outras cidades, do Conselho de Arquitetura de Urbanismo, do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Sergipe, de Prefeituras da Região Metropolitana, da Assembleia Legislativa, da Câmara Municipal de Aracaju, de ONGs e Associações ligadas à acessibilidade, além de estudantes. O Café com Debate é organizado por jornalistas sergipanas e está em seu segundo ano de encontros reunindo, mensalmente, especialistas para discutirem com o público temas relevantes e atuais da sociedade. Ao final, uma carta de recomendações do que foi apontado em cada debate é endereçada a gestores públicos.
Fonte: Setransp se