Sergipe gerou saldo de 3.963 empregos no mês de setembro deste ano, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, divulgados nessa segunda (22). Foi o melhor resultado para esse mês desde 2014, período anterior à crise no país e no estado.
“Esses 3.963 empregos é a diferença entre contratação e demissão, é o que a gente chama de saldo de emprego. Esse dado foi muito bom, é o melhor para o mês de setembro desde 2014, o que é muito significativo, porque em 2014 a economia brasileira e de Sergipe ainda não tinham entrado em crise. Nos só entramos em crise em 2015 e em setembro daquele ano o saldo foi negativo, foram 396 empregos a menos. Já em setembro de 2017 foram 584 negativos”, aponta o economista Ricardo Lacerda, professor da Universidade Federal de Sergipe (UFS) e assessor econômico do governo do Estado.
De acordo com Lacerda, muitos setores apresentaram dados positivos, com destaque para a Agropecuária, Indústria de Alimentos e até mesmo a construção civil. “É verdade que boa parte dessas vagas é referente à atividade sucroalcooleira, cultivo da cana-de-açúcar e produção de açúcar e álcool, porém não foi só isso, foi relativamente diversificado. Quando vemos um número tão robusto como 3.963, um dos melhores da série histórica, significa em grande parte que a atividade sucroalcooleira voltou com bastante força. Mas não foi só isso, outros setores empregaram, até a construção civil voltou a empregar, gerando 333 novos empregos em setembro. Ao contrário de anos anteriores, a construção civil está com saldo positivo ao longo do ano, já são 955 novos empregos em 2018. O que demonstra que este setor começou lentamente a se recuperar, grande parte disso devido a obras públicas, as obras de rodovias do Estado”.
Na classificação do Caged para setembro, destacam-se a Fabricação de Açúcar, com 1.822 empregos gerados; o Cultivo de Cana-De-Açúcar, com 1.295; Seleção e Agenciamento de Mão-De-Obra, 628; Montagem de Estruturas Metálicas, com 378; e obras de Montagem Industrial, com 378 vagas de saldo. “Acredito que essas duas últimas devido também às obras da termelétrica. Já quanto aos empregos ligados à cana, outro fato que deve ter contribuído é o preço do etanol, que hoje está competitivo em Sergipe. Sabe-se que vale a pena colocar etanol quando o mesmo encontra-se com até 70% do valor da gasolina, é o que tem acontecido. Isso tem um impacto favorável para economia do Nordeste, principalmente para estados como Pernambuco, Alagoas e Sergipe, que dependem muito da cana”, expõe o economista.
Fonte: ASN