Para garantir a saúde e bem-estar da população, a Prefeitura de Aracaju, através do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), atua constantemente monitorando o surgimento de possíveis vetores. Uma das ações do CCZ é voltada ao controle de caramujos.
Apesar do receio por parte de algumas pessoas, o caramujo que aparece em determinados locais da cidade é o caramujo africano (Achatina fulica), que se reproduz em massa, mas não transmite a esquistossomose.
“A população pode ficar tranquila que esse caramujo não causa a esquistossomose. O molusco transmissor do parasita que provoca esse problema é de água doce, ou seja, muito menor do que o africano. Mas em caso de dúvida, pode ligar para o Centro de Zoonoses que vamos até a residência”, garante a coordenadora do Centro de Controle de Zoonoses, Marina Sena.
Caso a população solicite, a coordenação do Centro vai a local para verificar e explicar sobre o molusco. Na capital, o controle das zoonoses é feito pelos agentes de endemias e são eles que realizam as visitas nas residências a cada solicitação. “O agente de endemias faz a coleta do caramujo, que é levado para o laboratório. Em seguida, ele vai para o Lacen para podermos identificar a espécie”, detalha a coordenadora. Ao ser comprovado que a espécie não causa esquistossomose, a Prefeitura tranquiliza os moradores e orienta sobre como controlar a presença dos moluscos nos quintais das casas.
“Deve-se pegar o caramujo africano sempre com uma luva, colocá-lo em um recipiente, macerar as conchas para matar os ovos e enterrá-las com cal virgem para proteger o lençol freático de algum tipo de contaminação. Além disso, pode incinerar os moluscos em um recipiente de metal”, explica Marina Sena. O muco produzido pelo animal, deixado no rastro de sua locomoção, pode ser fonte de contaminação, portanto o controle deve feito com alta restrição ao contato direto.
Os agentes de endemias orientam que para evitar a presença dos caramujos é necessário cuidar bem do ambiente domiciliar, especialmente o quintal da residência. Limpá-lo bem e evitar o acúmulo de lixo e entulho e manter a vegetação baixa evita o povoamento dessa espécie. De manhã cedo e no fim da tarde, eles costumam aparecer, pois apreciam ambientes úmidos, mas não necessariamente com água abundante.
O molusco
O Achatina fulica é originário do norte da África e foi trazido para o Brasil nos anos 1980, como alternativa ao caro escargot, prato muito apreciado na França. Contudo, seu sabor desagradável, consistência dura e aparência escura, não agradaram os paladares brasileiros. A espécie foi então descartada no Paraná e, como é hermafrodita, coloca cerca de 400 ovos em até cinco vezes por ano, se alastrou pelo país inteiro e invadiu áreas urbanas e rurais, destruindo também a vegetação já que se alimentam de tudo.
CCZ
O Centro de Controle de Zoonoses de Aracaju funciona das 8h às 17h, de segunda a sexta-feira, e está localizado no Centro Administrativo do bairro Capucho (vizinho ao Ibama), na avenida Dr. Carlos Rodrigues da Cruz, 1081. Qualquer contato pode ser realizado através dos telefones: (79) 3179-3528 e 3179-3565.
Crédito: Foto: Hédio Fazan /