NOTA DO DEPUTADO GILMAR CARVALHO
Devido ao desrespeito e ingratidão do SINTESE, não converso mais com o sindicato. Converso, sim, com a categoria.
Não defendo o governo, mas a necessidade de aprovação do projeto. Aliás, se votássemos contra, como queria o SINTESE, o que vocês receberiam no final do mês? O que mudaria na vida salarial da categoria, já que o governador só pode pagar o que é autorizado pela Assembleia Legislativa?
Vocês não teriam aumento nenhum, nem mesmo o piso integral a partir de setembro. Teriam que recorrer à Justiça e esperar uma sentença favorável, quando ainda, nem sequer, o STF publicou o acórdão.
Garantimos o pagamento do PISO, não da forma como gostaríamos, mas garantimos, incluindo o pagamento integral e imediato aos professores de Nível I.
A aprovação do projeto não impede que se recorra à Justiça.
ROMPIMENTO
Um sentimento total de indignação tomou conta do plenário da Assembleia Legislativa na sessão histórica desta quarta-feira (15). Liderada pelo deputado Francisco Gualberto (PT), a reação à atitude do Sintese (Sindicato dos Professores do Estado), que queimou em praça pública bonecos que simbolizavam cada um dos 17 parlamentares governistas que apoiaram o projeto de reajuste salarial do magistério, foi contundente e esclarecedora, envolvendo todos os integrantes da bancada de situação. “Nosso desagravo não é contra os professores. É contra a direção do Sintese”, avisou Gualberto.
DEPUTADOS CONVERSAM COM OS PROFESSORES, MENOS COM O SINTESE
O deputado lembrou que simbolicamente o sindicato transformou em cinzas os deputados que sempre apoiaram suas reivindicações e que mais uma vez votaram a favor de um reajuste salarial, mesmo que parcelado. “A nossa bancada não cometeu pecado algum. Votamos com convicção no único projeto que garante o pagamento integral do piso dos professores no Brasil. E eles sabem disso”, afirmou. “Mesmo não sendo o projeto que agrade ao Sintese, que nos agrade, mas não votamos para tirar nada dos professores”.
Gualberto foi aparteado por todos os deputados da bancada, além de contar com a solidariedade de Venâncio Fonseca (PP) e Capitão Samuel (PSL), que votaram a favor do projeto.
Durante quase duas horas de discursos na tribuna, Gualberto enfatizou várias vezes que a atitude do Sintese foi desleal e desrespeitosa com o parlamento. “É uma injustiça, uma ingratidão de quem agora transforma adversários históricos em aliados”, disse. “O pecado que cometemos foi votar favorável a um projeto que garantisse o reajuste do piso dos professores?”, indagou o líder.
Convicto, Francisco Gualberto disse ainda que nunca antes havia partido para o enfrentamento ideológico e político contra alguém que se diz de esquerda, como ele. “Entendo que quando a gente se confronta, fortalece o adversário. Por isso, em todas as vezes que o Sintese foi atacado aqui nesta Casa, o líder do governo fez a defesa dos trabalhadores. Muitas vezes enfrentando duros discursos da oposição. Mas não me arrependo pelo que fiz”, afirmou o petista. “Por isso ninguém de bom senso identifica qualquer tipo de traição agora. Nunca fiz nenhum gesto que não fosse para ajudar aos professores em sua luta”.
O deputado lembrou que até mesmo a presidente da Assembleia, Angélica Guimarães (PSC),m que não participou da votação, teve sua imagem “queimada” pelo sindicato.
Um por um, Gualberto citou os vários avanços salariais conquistados pela categoria nos últimos quatro anos do governo Marcelo Déda. Em geral, os reajustes concedidos aos professores superaram todos os índices de inflação do período. Mesmo assim, a atual direção do Sintese achou por bem tentar desmoralizar os parlamentares governistas queimando-os em praça pública como traidores. “Não acredito que o Sintese pensou que todos nós deputados seríamos covardes e não reagiríamos”, frisou o líder do governo, salientando que a única contradição entre governo e sindicato era em relação à forma de pagamento do piso salarial.
“Sim, porque o pagamento está garantido pelo nosso governo. Só que parcelado, por conta da situação financeira do Estado, como foi mostrado a todos nós pelo próprio governador”, salientou Gualberto. “Portanto, não acredito que essa direção do Sintese vá procurar nunca mais nenhum dos 17 deputados queimados como Judas para reivindicar qualquer outra coisa que interesse aos professores. Não deixaremos de dialogar com os professores, mas acho difícil alguém da direção entrar nesse caminho. Até porque, para eles nós já morremos e viramos cinza”.
Toda a celeuma foi causada porque a direção do Sintese não aceitou a aprovação de um projeto do Executivo que garante aos professores do nível I o pagamento imediato do piso reajustado em 15,86%, além dos 5,7% linear. Já os demais professores receberão o mesmo reajuste de 15,86% parcelado em oito vezes, sendo retroativo a janeiro desse ano.
Fonte: NE Notícias
Foto: Janaina Santos Agência Alese