Após recusar a criação de dois novos Estados em seu território, o Pará fala agora em descentralização administrativa e em buscar mais recursos para diminuir as desigualdades regionais.
O resultado final da contagem de votos no Pará mostra que a maior parte dos eleitores rejeitou a divisão do Estado.
Com 100% das urnas apuradas, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) contabiliza 2.344.654 votos contra a criação do Estado do Tapajós (66,08%) e 2.363.561 votos contra a criação do Estado de Carajás (66,60%).
O novo discurso, difundido por aliados do governador Simão Jatene (PSDB), é uma resposta à pressão política das regiões separatistas –que, apesar da derrota, comemoram ter obtido mais visibilidade para seus problemas.
Os derrotados, porém, agora amargam um ressentimento contra o governo do Pará e exigem maior atenção. “A única pessoa com condições de reunir nossos cacos é o governador.
Ele pode começar nos incluindo em um projeto de desenvolvimento do Pará”, disse a prefeita de Santarém, Maria do Carmo (PT), defensora do Tapajós. Durante a campanha, os anti-separatistas não fizeram propostas para diminuir a pobreza nas regiões separatistas. Na reta final, adotaram um tom mais apaziguador.
Uma das ideias defendidas por aliados de Jatene é a implementação de administrações regionais de educação e saúde com autonomia financeira. A principal preocupação, entretanto, é aumentar a receita do Estado.
O governo reclama que perde muitos recursos por causa da Lei Kandir, de 1996, que isentou de impostos os minérios destinados à exportação –uma das principais atividades da economia local. Rejeitada a proposta de divisão, as lideranças políticas se preparam para pressionar o governo federal a compensar o Pará por essas perdas. Adiantando-se à questão, Jatene tenta aprovar na Assembleia uma taxa a ser cobrada dos minérios extraídos.
Redação imprensa1 ( com informações do Portal Folha)
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/
Foto: Google