Em virtude da pandemia de coronavírus, a Pesquisa Nacional da Cesta Básica foi suspensa, em 18/03, em todas as 17 capitais onde é realizada mensalmente pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE). O departamento divulgou dados parciais do período compreendido entre 1 e 18 de março.
O preço da cesta básica apresentou aumento em 15 das 17 capitais pesquisadas no período. As altas mais expressivas ocorreram em Campo Grande (6,54%), Rio de Janeiro (5,56%), Vitória (5,16%) e Aracaju (5,11%). As quedas foram observadas em Belém (-3,27%) e São Paulo (-0,24%).
A capital com a cesta mais cara foi o Rio de Janeiro (R$ 533,65), seguida de São Paulo (518,50) e Florianópolis (R$ 517,13). Os menores valores médios foram verificados em Aracaju (R$ 390,20) e Salvador (R$ 408,06).
Em 12 meses, entre março de 2019 e o mesmo mês de 2020, foram registradas altas em todas as cidades, com variações entre 1,19%, em Aracaju, e 9,08%, em Florianópolis. Dezesseis cidades acumularam aumentos em 2020. Merecem destaque Salvador (13,19%), Natal (11,01%), Aracaju (10,86%), João Pessoa (10,84%) e Recife (10,03%). A queda foi observada em Porto Alegre (-1,66%).
Com base na cesta mais cara, que, em março, foi a do Rio de Janeiro, e levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser 2 suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o DIEESE estima mensalmente o valor do salário mínimo necessário. Em março de 2020, o salário mínimo deveria ser de R$ 4.483,20 ou 4,29 vezes o mínimo de R$ 1.045,00. Em fevereiro, deveria ter sido de R$ 4.366,51, correspondente a 4,18 vezes o piso em vigor. Já em março de 2019, o valor era de R$ 4.277,04 ou 4,29 vezes o salário vigente de R$ 998,00.