A construção do Hospital de Campanha Cleovansóstenes Pereira Aguiar foi uma das estratégias preventivas da Prefeitura de Aracaju, no enfrentamento ao coronavírus, que garantiu significativa ampliação dos leitos de atendimento voltados a pessoas acometidas pela covid-19 na capital e, assim, evitou o colapso do sistema de saúde municipal em decorrência do aumento de casos da doença, como indicavam as projeções dos órgãos sanitários antes mesmo da confirmação do primeiro caso na cidade.
Ao todo, a unidade provisória erguida pela administração municipal no bairro Siqueira Campos tem 152 leitos, os quais estão sendo abertos gradativamente. Atualmente, 60 deles já estão ativos, como afirma a secretária municipal da Saúde, Waneska Barboza, ao explicar que, apenas para pacientes com covid-19, 105 leitos estão ativos na rede de Saúde da capital, *quase o dobro de antes da pandemia.*
“Tivemos a preocupação de montar toda a estrutura física do Hospital de Campanha em tempo hábil para que pudéssemos equipá-lo e montar as equipes de forma planejada. Hoje, contamos com mais de 160 profissionais de saúde atuando nas escalas, e garantimos toda a logística de fornecimento dos medicamentos, insumos, equipamentos de proteção individual e todo o suporte necessário para o melhor funcionamento desse equipamento de saúde tão importante para o enfrentamento da covid-19 em Aracaju”, ressaltou Waneska.
Dos leitos abertos nesta unidade provisória, 36% deles estão ocupados, ou seja, 22 leitos, e, até o momento, quatro precisaram ser transferidos para Unidades de Terapia Intensiva (UTI), reguladas pelo Estado. Além disso, 17 pacientes foram curados após o tratamento recebido no Hospital de Campanha, e já receberam alta médica.
De acordo com o boletim epidemiológico da Secretaria Municipal da Saúde desta quinta-feira, 3, em toda a rede municipal, a taxa de ocupação de leitos é de 54,3%. A manutenção desse índice na faixa dos 50% tem sido possível devido à abertura dos novos leitos no hospital de campanha e da ampliação do quantitativo em outras unidades de saúde do SUS Aracaju, geridas pelo Município.
A construção e funcionamento do Hospital de Campanha segue as diretrizes do Ministério da Saúde (MS), que estabelece que essas unidades provisórias devem ser montadas para atender a pacientes com sintomas respiratórios de baixa e média complexidade, funcionando como retaguarda clínica para unidades hospitalares permanentes que possuam Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Em pactuação com o Estado, todos os leitos de UTI de Sergipe ficaram sob a gerência da Secretaria de Estado da Saúde de Sergipe.
Para além das orientações, o próprio contexto apresentando pela covid-19 baseou a tomada de decisões. “Analisando o quadro da doença desde o início, percebemos que 80% dos casos têm sintomas que demandam exatamente leitos de baixa a média complexidade, enquanto apenas 5% dos casos requerem UTI. Então, o planejamento foi que nós disponibilizássemos mais leitos para acolher esses pacientes”, explicou Waneska.
O hospital de campanha da capital se soma às demais unidades de saúde da rede municipal que já realizam o monitoramento e tratamento dos pacientes com sintomas de síndromes gripais, e que são as portas de entrada para essa unidade recém construída pela Prefeitura de Aracaju no Estádio João Hora de Oliveira – as oito Unidades Básicas de Saúde (UBS) referências e as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) Fernando Franco e Nestor Piva.
A equipe responsável por atender aos aracajuanos é composta por médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, farmacêuticos, assistentes sociais e técnicos de enfermagem. Todos os profissionais contratados estão sendo capacitados para abordagem, identificação, manejo clínico e tratamento de pacientes com covid-19, conforme Protocolo do Ministério da Saúde. Além disso, com disponibilidade suficiente de Equipamentos de Proteção Individual (EPI), a Saúde de Aracaju também assegura esse insumo a todos os seus profissionais.
O espaço conta com contêineres, nos quais estão instaladas três salas para DML; duas salas de utilidade; um necrotério, duas salas para paramentação; dois vestiários; quatro banheiros para funcionários; seis salas para descarte de paramentação; 12 banheiros para pacientes; e uma sala para abrigo de resíduos comum e infectante.
Toda a estrutura interna do hospital é climatizada e, além dos leitos, conta com seis postos de enfermagem; seis salas para prescrição médica; seis salas de enfermagem; seis salas para armazenamento de roupas limpas e seis para sujas; seis salas de equipamentos; seis farmácias satélite; uma sala de administração; uma sala de reunião; um laboratório, uma copa e um refeitório; três salas de descanso; uma sala de informática e dois almoxarifados, sendo um para farmácia e um para equipamentos.
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