Cerca de 50 policiais federais estão cumprindo 23 mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro/RJ, São Paulo/SP e em Sergipe. Além disso foram expedidas ordens para bloqueio de valores até o limite dos prejuízos identificados até o momento.
As medidas, requeridas pelo Ministério Público Federal, são decorrentes do acordo de colaboração premiada de lobistas que atuavam junto a funcionários da PETROBRAS e agentes políticos com influência na estatal, realizado junto ao MPF.
Segundo relatos e provas apresentadas por esses colaboradores, teriam sido praticados crimes de corrupção, evasão de divisas e lavagem de dinheiro durante o processo bilionário de contratação pela PETROBRAS do fornecimento de navios lançadores de linha (PLSV).
Durante a apuração, verificou-se que a um dos investigados coube a obtenção indevida de informações privilegiadas junto a setores técnicos da PETROBRAS para a formulação das propostas vencedoras do certame licitatório.
Por outro lado, aos colaboradores recaiu o encargo de garantir, por meio de contatos políticos, que as empresas estrangeiras viessem a ser incluídas no processo competitivo.
Paralelamente às investigações, obtiveram-se, através de cooperação jurídica internacional, informações de que autoridades holandesas também conduziam investigações de fatos que teriam também origem nas ilicitudes perpetradas para o fornecimento dos navios lançadores de linha (PLSV).
As empresas estrangeiras vencedoras da licitação, posteriormente, subcontrataram uma companhia holandesa para execução do serviço licitado, a qual era representada por um dos empresários brasileiros investigado, e que, em virtude dos acertos espúrios, também realizou pagamentos ilícitos aos envolvidos.
As medidas judiciais cumpridas na presente data buscam, dentre outros objetivos, fazer cessar a atividade delitiva, aprofundar o rastreamento dos recursos de origem criminosa (propina) e a conclusão da investigação policial em todas as suas circunstâncias, inclusive com autorização para compartilhamento dos seus resultados com as autoridades da Holanda.
A investigação policial recebeu o nome de OPERAÇÃO BOEMAN, cuja etimologia se refere à criatura mítica da Holanda popularmente conhecida como “bicho-papão”.
Fonte: PF/SE