Apesar da pouca idade, no entanto, elas muitas vezes parecem mais velhas.
E as que já têm mais idade expressam pontos de vista diferentes.
Um dos assuntos que causa divergência é em relação à ação de facções criminosas no local.
Na penitenciária do estudo há um grupo dominante e as mulheres mais velhas, por terem mais experiência, não acreditam que a facção ofereça proteção real às detentas.
A psicóloga destaca que muitas vezes a prisão era uma figura comum na historia de vida dessas mulheres. Muitas têm parentes presos ou já foram detidas anteriormente. Privadas de liberdade, essas mulheres sentem falta dos filhos e temem o exemplo que podem dar. “Elas tinham muito medo do filho entrar naquele ambiente em que elas vivem, então era raro que os filhos fossem visitá-las.
A maioria das visitas é de mulheres. Diferentemente do que acontece em uma prisão masculina, não é comum a visita do parceiro”, revela. Outro aspecto ressaltado por Fernanda é a força da religião. Segundo a pesquisadora, as mulheres apontaram que a religião as ajudava a encontrar sentido para a situação que viviam.
Muitas das mulheres que estavam presas durante o período do estudo ainda esperavam por um julgamento. De acordo com Fernanda, nesta fase o sentimento maior é de aflição. “Ao receberem sua sentença e saberem quanto tempo exatamente ficariam por lá, o jeito de encarar a prisão e o dia-a-dia lá dentro também mudava”, diz. A forma calorosa com que foi recebida pelas detentas também foi algo ressaltado pela pesquisadora. “É impressionante que mesmo dentro de um contexto árido elas ainda tenham essa capacidade de acolher alguém”, diz.
A psicóloga acredita que a importância do estudo consiste em tentar criar relevo para a questão, para o cotidiano dessas mulheres, mas sem cair no estereótipo de “vítimas” ou de que o sistema é muito brando.
Redação imprensa 1 ( com informações do Portal da USP )
Foto: Reprodução google
Fonte: http://www5.usp.br/