A dengue continua fazendo vítimas na capital sergipana e a demora no atendimento ou mesmo o tratamento inadequado vem deixando a população amedrontada.Até mesmo paciente com planos de saúde estão tendo dificuldades, já que quando chegam aos hospitais, a orientação é de que o tratamento pode ser feito em casa.
Foi o que aconteceu com o radialista Fábio Sérgio Martins, conhecido como Fábio Rivera. Ele começou a se sentir indisposto no último sábado, 25. Na terça-feira, 28 apresentou febre alta e dores no corpo, tendo se dirigido por volta das 17h até o Hospital Gabriel Soares. “Lá fizeram a coleta de sangue ainda na recepção e houve a constatação de que eu estava com dengue, me deram um atestado de cinco dias e me mandaram pra casa como se eu estivesse apenas com uma virose”, relata Fábio Rivera.
“A médica me deu um atestado de cinco dias e mandou eu tomar 12 copos de suco, se a febre e as dores continuassem, tomar dipirona e retornar em 24 horas para repetir o exame. Assim fiz e na quarta-feira, 29 voltei lá, fizeram novo exame e veio a confirmação de que as plaquetas haviam baixado mais ainda. Me deram dois soros e mandaram eu ir pra casa e de novo, retornar após 24h para novo exame. Como antes de completar as 24h eu me senti pior, com os olhos ardendo muito, decidi recorrer ao Pronto-Socorro do Hospital São José”, destaca.
De acordo com Fábio Rivera, assim que mostrou os dois exames feitos no Hospital Gabriel Soares, cujas plaquetas estavam em 156 e 142, o médico solicitou um hemograma com urgência e o resultado foi de plaquetas ainda mais baixas: 136.
“Com este resultado, o médico nem pensou duas vezes, me internou imediatamente e estou aqui até hoje [sexta-feira, 30] sendo hidratado. O que mais revolta é eu pagar um plano de saúde especial [o HPVIDA], desde 2006, nunca ter usado e estar pagando um hospital particular. Minha esposa está tentando a transferência para o Gabriel Soares, mas a alegação é de que precisamos aguardar mais cinco dias para verificar se meu quadro justifica uma internação”.
Contraponto
A reportagem do Portal Infonet tentou um contato por quase toda a tarde desta sexta-feira, com o Hospital Gabriel Soares em Aracaju, mas a informação é de que não existe assessoria de Comunicação em Sergipe. Após muita insistência, passaram para o gabinete da coordenação que disse existir uma assessora chamada Cristiane, que retornaria. Em seguida, a Coordenadoria Geral de Comunicação Institucional em Fortaleza, entrou em contato e após analisar, informou:
“O paciente foi devidamente atendido pela Drª Rúbia que diagnosticou as plaquetas baixas, hidratou o paciente e recomendou repouso absoluto e que retornasse em 24h para fazer o acompanhamento das plaquetas. No dia seguinte, ele retornou e foi atendido pelo Dr. George, que estava encerrando o plantão e o exame foi verificado pela Drª Monaliza que voltou a recomendar repouso e hidratação e um outro retorno em 24h. Um procedimento normal. O paciente não apresentava quadro de internamento, mas de tratamento em casa, só que ele decidiu procurar outro hospital, mas nós já entramos em contato com a esposa dele e estamos providenciando a transferência para o Hospital Gabriel Soares”.
Nos hospitais públicos e particulares de Aracaju, muita gente reclamando que ao procurar as unidades com sintomas da dengue, recebem a informação de que estão com viroses, mesmo os exames de sangue acusando queda nas plaquetas.
Por Aldaci de Souza / Portal Infonet
Foto: Portal Infonet