Nesta segunda-feira, 28, o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) avaliou que o presidente Jair Bolsonaro “tem medo de mais revelações” que possam ser levantadas pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia.
“Bolsonaro sempre ataca e tenta descredenciar interlocutores e instituições. Quando ele deixa de fazer isso diretamente com referência ao Luis Miranda, ele provavelmente indica ter medo de mais revelações que documentem ainda mais esse processo de reconhecimento de um possível envolvimento do líder do governo, escolhido pessoalmente pelo presidente, em casos de corrupção, e sua situação de literalmente abraçar esse casamento com o Centrão, que todos nós sabemos que tem um preço caríssimo”, pontua Vieira.
O senador sergipano destaca que a etapa atual da CPI tenta definir os motivos que levaram o Governo Federal a não comprar as vacinas contra a Covid-19. “Nós temos hoje no Brasil uma situação de pandemia fora de controle e parte desse problema foi causado pela inércia e dificuldade do governo em fazer a compra de vacinas. Isso foi documentado e está provado. O Brasil teve menos vacinas do que poderia ter por uma decisão do governo. A etapa atual da CPI tenta definir se essa escolha se deu por negacionismo, ignorância ou por interesse econômico”.
O senador Alessandro Vieira comentou sobre a acelerada negociação para compra da vacina indiana Covaxin, e da chinesa CanSino. “Nessas duas negociações percebemos um método, uma forma de atuação: a imposição de intermediários no processo de compra, o que se afasta de todas as outras compras de vacina. Esse processo de intermediação gera um preço mais elevado, uma aparente interferência política, através do líder do governo na Câmara dos Deputados, deputado federal Ricardo Barros, e todo um processo de pressão dentro do grupo de servidores técnicos do Ministério da Saúde. Vacinas que não têm nenhum indicador que favoreça a negociação acelerada. Elas não são mais efetivas, não são mais baratas, não tem entrega rápida garantida, nada favorece uma negociação acelerada, mas mesmo assim as negociações se dão de forma extremamente acelerada por conta da interferência política”.
Alessandro Vieira avaliou sobre um possível crime de prevaricação por parte do presidente da República. “Em tudo que estamos fazendo, sob o ponto de investigação, é preciso documentar, materializar. Os indicativos de crime de prevaricação são fortes, mas é preciso avançar um pouco mais nesse sentido, documentando, juntando a certidão de que não houve pedido de investigação em nenhum órgão de controle. É preciso também avançar no processo de identificação dos mandantes”, ponderou.
Por: Laisa/Ascom