Pesquisadores brasileiros conseguiram criar uma vacina contra a doença usando uma variação do micro-organismo incapaz de desencadear a patologia (não-patogênico).
Os resultados da pesquisa acabam de ser publicados pela revista científica americana PNAS, uma das mais importantes do mundo. No artigo, os brasileiros relatam sucesso em experimentos com camundongos para prevenção e tratamento de melanoma, um tipo de câncer de pele.
Além disso, os cientistas testaram o Trypanosoma em células humanas in vitro e comprovaram sua capacidade de provocar respostas imunológicas adequadas contra alguns tipos de tumor. O estudo reuniu cientistas do Centro de Pesquisas René Rachou (CPQRR-Fiocruz), da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e do Instituto Ludwig, em Nova York.
Para analisar a ação do protozoário, os brasileiros realizaram uma modificação genética, criando um microrganismo capaz de produzir a mesma molécula fabricada por células tumorais: o antígeno NY-ESO-1. Coordenador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Vacinas e um dos autores do trabalho, Ricardo Gazzinelli afirma que, antes de iniciar testes clínicos em humanos, será preciso vencer a resistência em usar um parasita transgênico no combate à doença.
Agora, o grupo iniciará testes em modelos mais próximos de humanos. “Testaremos em modelos de melanoma em cachorros”, diz. Atualmente, segundo Castro Junior, a única vacina em estágio avançado de pesquisa é uma opção contra o câncer de próstata, cujos resultados foram publicados neste ano pela revista científica Nature Medicine. O objetivo dos pesquisadores, afirma, é chegar a uma vacina “que previna contra todos os tipos de câncer.”