Que a pandemia da Covid-19 impactou na atuação de diferentes profissionais, isso é inquestionável. Mas, para algumas atuações, como as dos defensores públicos, que lidam diretamente com os vulneráveis, isso foi ainda pior. O assunto foi levado para o Legislativo Municipal, como pauta, pela vereadora Emília Corrêa (Patriota) que, também, já exerceu a profissão por mais de 30 anos.
“Na verdade, acredito que não exista um setor que não tenha sido agravado com essa pandemia. Mas, nesse caso, especificamente, tratando-se, de algo junto a população vulnerável, chegou afetar, inclusive, o acesso à Justiça”, declarou Emília.
A vereadora ressaltou, ainda, que, além da sobrecarga de trabalho, diferentemente de outras profissões, que puderam dar continuidade no estilo “Home-Office”, por exemplo, os defensores enfrentaram alguns empecilhos para adaptar os atendimentos. “Já não bastasse a desestrutura das instituições. Agora, segundo relato dos (as) colegas, têm sido difícil estabelecer um número diário de atendimentos. Rapidamente, esse número é preenchido, e as pessoas ficam à mercê, digamos assim, no sentido de não ter a defesa. Sem falar que boa parte dos assistidos precisam de um serviço que depende do atendimento presencial. Com o trabalho remoto, ficou ainda mais grave, pois a situação expôs, em todo o país, outra vulnerabilidade, que é a digital, e, atinge, principalmente, populações mais empobrecidas”, afirmou.
Por fim, diante de tantas dificuldades, a parlamentar fez um apelo ao Governo do Estado. “Isso é um pleito antigo. Que os gestores, tenham um olhar especial para esses profissionais. Inclusive, o Governo Federal. Que façam concurso. Esse apelo não é só pela defensoria pública, mas principalmente, pelos assistidos que são milhões desfavorecidos que precisam em todas as áreas do direito de defesa técnica que faz a diferença”, finalizou.
Por: Andrea Lima/Ascom