Os moradores da região metropolitana de Aracaju começaram o dia com um grande transtorno com a paralisação de cerca de 900 trabalhadores rodoviários das três empresas do Grupo Progresso. Eles cobram salários atrasados, reivindicam as péssimas condições de trabalho e ameaça de demissões, enquanto isso, a população perdeu o direito de ir e vir e ficou sem o transporte público. O assunto foi levado pelo vereador Ricardo Marques (Cidadania) para ser debatido na sessão desta quinta-feira, 14 de outubro, na Câmara Municipal de Aracaju. O parlamentar que acompanha de perto as dificuldades da população e dos rodoviários, cobra uma posição da Prefeitura de Aracaju sobre esse descaso que ocorre com frequência.
“Os trabalhadores paralisaram as atividades devido aos recorrentes atrasos nos salários e benefícios que atingem motoristas, cobradores e equipes de manutenção. A situação não é um caso isolado e infelizmente ocorre com muita frequência. A população fica sem o transporte público que é muito deficiente, enquanto os profissionais sofrem com as condições e ameaças de demissão”, lamenta.
Ricardo Marques alertou que o problema não é apenas de uma empresa, mas do sistema do transporte público que é precário. “A carência não é exclusiva de uma empresa, mas passa pela gestão pública. A prefeitura de Aracaju e a SMTT precisam estar atentas e fiscalizar. O problema requer um olhar direcionado da gestão pública. É necessário fazer a licitação do transporte público como Maceió fez e conseguiu oferecer mais qualidade aos passageiros, além de reduzir a tarifa”, garante.
O parlamentar esteve ontem no Terminal Leonel Brizola, que fica na Zona Oeste de Aracaju, conversou com passageiros e rodoviários e mais uma vez sentiu de perto as suas necessidades. “Todos reclamam da péssima estrutura e falta de condições e percebi que não tinha nenhum representante da gestão pública no local. As pessoas perdidas com dificuldades de ter informações sobre as linhas dos ônibus”.
Ricardo ainda reforçou a importância do foco no transporte público para incluir na revisão do Plano Diretor. “O sistema é o mesmo desde a década de 80, nada mudou e a cidade cresceu. A mobilidade urbana está dentro do Plano Diretor e merece um grande cuidado. A bilhetagem eletrônica que está sendo avaliada não tem condições de entrar em vigor, é o mesmo que colocar os bois na frente dos carros e precisamos ter cuidado antes de votar”, ressalta.
Antes de encerrar, Ricardo fez um alerta aos colegas vereadores. “Estou atento as necessidades da população porque estou nas ruas todos os dias. É esse o nosso papel. Temos que parar de falar que está tudo bem quando não está e nós sabemos disso. As pessoas estão sofrendo sem ter como ir para casa e os servidores com salários atrasados correndo risco de perder os empregos. Temos que cobrar do prefeito porque a Câmara Municipal de Aracaju é forte e estamos aqui para defender a população
Por: Fredson Navarro/Ascom