A advogada Ana Lúcia Aguiar, ativista pelos direitos e defesa das mulheres, ressalta os dados divulgados ao longo desta semana pela ONU Mulheres sobre o número de feminicídios em 2023. “Minha gente, os dados divulgados são devastadores: A cada 10 minutos, uma mulher é assassinada pelo marido, companheiro ou alguém do seu contexto familiar, esses números correspondem a 60% dessas mortes. Lembrando que esses são os casos que foram notificados, mas nós sabemos que o número de assassinatos é bem maior. O feminicídio já se tornou uma epidemia e isso é revoltante”, enfatizou.
Ana, que atualmente responde pela presidência da Associação Brasileira das Mulheres de Carreira Jurídica em Sergipe (ABCMJ/SE), uma organização não-governamental de juristas que atua na defesa do empoderamento das mulheres de carreira jurídica e também luta pela igualdade de gênero e demais temáticas direcionadas ao desenvolvimento da mulher como ser humano, também destaca que vai atuar paulatinamente pela Campanha 21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher.
“É imprescindível combatermos a violência de gênero com ações concretas, isto significa mais proteção às mulheres na prática, além de um real apoio às vítimas e intolerância total ao machismo. No último dia 20 de novembro teve início a Campanha dos 21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher e enquanto militante desta causa estarei lutando continuamente contra todos os cenários da violência de gênero contra meninas e mulheres, e todo o contexto de vulnerabilidades que lhes são impostos”, reforçou.
A campanha dos 21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher é uma iniciativa do Conselho Nacional de Justiça e busca sensibilizar a sociedade para o tema. A campanha é inspirada na ação mundial denominada 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a mulher, que se iniciou em 1991, intitulada “as mariposas”, em homenagem às irmãs Pátria, Minerva e Maria Teresa, assassinadas, em 1960, na República Dominicana. Submetidas às mais diversas situações de violência e tortura, dentre elas, o estupro, as irmãs foram silenciados pelo regime ditatorial de Rafael Trujillo, no dia 25 de novembro de 1960.
“Esta campanha representa um marco no aprofundamento das políticas de combate à violência de gênero, feminicídio e outras formas de agressões no âmbito do Judiciário. Mas acredito ainda que esta campanha vai além, pois ela reforça o enfrentamento à violência contra mulheres com uma resposta precisa, firme e coletiva. Precisamos eliminar todas as formas de violência contra todas as mulheres e meninas, nas esferas públicas e privadas, incluindo o tráfico e exploração sexual. Essa luta é de todas e todos nós!”, defendeu a ativista.
Foto e texto: Assessoria de Imprensa