O clima na Câmara Municipal de Aracaju esquentou logo no início da sessão desta quinta-feira, 18, quando o presidente da Casa, Emmanuel Nascimento (PT) deixou claro não ter gostado das declarações feitas pelo radialista e deputado Gilmar Carvalho, durante programa de rádio classificando os vereadores que votaram em favor do veto do prefeito Edvaldo Nogueira (PCdoB), ao projeto de Jailton Santana (PSC), de “comparsas”.O projeto previa a regulamentação da publicidade em táxis. “Jailton Santana tá pensando que todos os seus projetos devem ser aprovados e que manda nesta Casa. Eu não gostei da acusação feita por Gilmar Carvalho. Chamar um parlamentar de comparsa é dizer que ele é parceiro ou acompanhante de alguém que cometeu ato ilícito”, afirma Emmanuel.
“Vossa Excelência me respeite”, responde Jailton Santana. “Eu também não admito ser tratado como comparsa por Gilmar Carvalho”, completa Moritos Matos (PDT). E em aparte, o líder do prefeito, Danilo Segundo, tentou fazer a defesa dos vereadores que votaram a favor do veto, mas visivelmente nervoso foi seguro pelos colegas Simone Gois (PT) e Juvêncio Oliveira (PSC) para em seguida a sessão ser suspensa. Indagado pela imprensa sobre o episódio que conseguiu irritar os vereadores da bancada do prefeito Edvaldo Nogueira, Emmanuel Nascimento disse que o projeto foi rejeitado porque apresentava indícios de inconstitucionalidade.
“Só tenho a lamentar e repudiar esta atitude de Gilmar Carvalho. Ninguém deve ser chamado de comparsa porque comparsa é um fora da lei. Sempre respeitei Jailton Santana e reconheço que não foi ele quem falou, mas o radialista da emissora que Jailton trabalha. Mas quero deixar claro que cada um tem o direito de votar favorável ou não aos projetos. Naquele momento entendemos que o correto era seguir a orientação do prefeito e essa decisão precisa ser respeitada”, enfatiza Emmanuel Nascimento acrescentando que foi um momento infeliz do radialista e que não vai entrar com moção de repúdio.
Jailton Santana por sua vez, afirmou ser solidário ao radialista Gilmar Carvalho. “Se é correto ou não chamar alguém de comparsa, não me cabe dizer porque o comportamento de Gilmar no rádio só cabe a ele responder. É a livre expressão de cada um e se alguém se sente incomodado, que vá à Justiça. Eu sou solidário a ele e entendo que devo ser respeitado tanto pelo presidente desta Casa, quanto pelos demais vereadores, até porque não fui eu que usou o termo comparsas”, enfatiza Jailton Santana.
Por Aldaci de Souza ( www.infonet.com.br)