A turma do curso de Programador de Sistema levou acessibilidade ao ambiente digital. Os alunos foram responsáveis por criar três protótipos de sites diferentes com propostas inclusivas, que foram apresentadas no dia 14 de dezembro.
A ideia de os Projetos Integradores abrangerem a acessibilidade, surgiu através das experiências dos alunos com um de seus colegas, que possui uma deficiência visual.
“Para mim foi uma grande satisfação terminar o projeto, eu gostei de como a turma se comportou no desenvolvimento. Como nós temos um aluno que tem uma deficiência visual, a turma abraçou essa dificuldade visual e fez um projeto que pudesse facilitar a vida dele ao usar o computador”, disse o instrutor do Senac|SE, Francisco Gomes.
Carlos Eduardo Nascimento já nasceu com um problema de baixa visão, mas só foi diagnosticado com uma degeneração macular, doença que acarreta uma perda progressiva da visão, aos 38 anos.
“Eu sou uma pessoa com deficiência. Tenho baixa visão, e por isso utilizo quatro tipos de óculos, que me ajudam no contraste das cores. Não tem uma receita de bolo. Geralmente quem tem baixa visão, oscila muito a visão. Depende da velocidade do som, se você dormiu bem. Vários fatores que corroboram para que naquele dia você enxergue melhor. Além de tudo, existem vários níveis. A minha doença, eu já nasci com isso, hoje tenho 43 anos. Fui diagnosticado com degeneração macular aos 38 anos. Antes disso, eu era diagnosticado com miopia”, compartilhou o aluno.
Durante a apresentação, foi enfatizada a importância dos três protótipos de sites criados pelos alunos, uma vez que promovem e incentivam a democracia no acesso aos ambientes digitais por pessoas com deficiência.
“Passa um filme na minha cabeça, muito bacana ao ver meu filho inserido em um Projeto como este. Eu gostaria só de deixar uma mensagem: resistam, persistam, se permitam, não parem. Para quem tem dificuldade, com persistência e insistência, chega lá “, aconselhou Claudinéia Dantas, mãe de João Gabriel Dantas que esteve presente na apresentação dos protótipos dos sites.
Os sites focam na objetividade e acessibilidade para as pessoas com deficiência, seja auditiva, visual, física ou intelectual. Abrangendo desde daltonismo a algum déficit de atenção.
O primeiro foi o Jogo Educa, que traz uma diversidade de jogos. O site foi feito a partir de uma paleta de cores que favorece a visão de Carlos Eduardo. O processo foi coordenado de acordo com o que funcionava melhor para quem tem baixa visão e daltonismo.
“Uma informação interessante sobre as cores é que, em tese, o recurso mais importante para a percepção humana é a diferença de contraste, e não a cor em si. Os daltônicos, por exemplo, possuem um problema específico nos olhos, que certas frequências de luz não são perceptíveis. Então, pensamos, e se escolhêssemos cores que todas elas favorecessem o contraste? Já era uma forma de facilitar para essas pessoas. Além disso, os recursos no site, vão se adaptando conforme a necessidade da pessoa. Caso ele deseje que a fonte ou elementos sejam maiores, assim será”, pontuou o aluno Gabriel França.
O segundo foi o Ready Team, que se assemelha a outros sites de busca de emprego, mas seu diferencial é justamente a acessibilidade. O banco de dados promete ajudar tanto empresas que ofertam vagas de trabalho ou serviço quanto pessoas que buscam trabalho ou fornecem um serviço.
“Nosso compromisso é ir além das tradicionais técnicas de recrutamento. O site é aberto para qualquer pessoa colocar o currículo, e até os autônomos mostrarem os trabalhos que eles têm a oferecer. Por exemplo, um guia turístico coloca seu portfólio e onde atende. Ele também coloca todas as pessoas com deficiência que ele consegue atender. Se ele tem disponibilidade para atender pessoas com deficiência auditiva. Então, a pessoa com deficiência auditiva que se cadastrar, já vai fazer a ligação dela com o guia turístico, para atender a necessidade dessa pessoa”, explicou Gabriel Campos, um dos alunos responsáveis.
O terceiro foi o Destino Aju, concebido com o propósito de oferecer uma plataforma abrangente, informativa e acessível sobre a cidade de Aracaju.
“Ele traz uma experiência completa e imersiva da cidade de Aracaju, permitindo que os usuários explorem os encantos, a história, os pontos turísticos e a cultura singular de Aracaju. Seu objetivo inclui ser simples e direito para priorizar a acessibilidade, seja de pessoas com deficiência visual ou até um déficit de atenção, ou seja, possibilitar tudo de uma forma direta”, contou o aluno de programador de sistemas, João Gabriel Dantas Amado.
Reprodução: Portal Imprensa1
Por: Amália Roeder [email protected]/ Ascom do Senac