A deputada estadual Ana Lúcia (PT) usou a tribuna, na manhã desta quarta-feira 25, para pedir ao governador Marcelo Déda que receba o sindicato dos professores da rede pública estadual de ensino, o SINTESE, a fim de abrir um canal de diálogo no sentido de encontrar uma saída para o pagamento do piso salarial nacional a todos os professores, e não só os de nível médio no início da carreira, como vem sendo feito.
Os professores estão em greve desde o dia 16/4 em função deste impasse com o governo estadual. A parlamentar petista cobrou um postura mais republicana por parte do governador, apontando que na democracia republicana, os conflitos se superam com o diálogo.
“Como deputada petista, faço um apelo ao governador e companheiro de partido, que a posição dele tem que continuar sendo a de um estadista, de quem busca soluções para os conflitos, e ele sabe que conflitos só se resolvem escutando as partes”, colocou.
Ana Lúcia fez um resgate histórico das lutas dos professores de Sergipe e do SINTESE – sindicato que presidiu por duas gestões – desde a década de 80, para mostrar que, a longo das lutas do magistério sergipano, foram muitos os momentos de impasses, de embates com governos, e de conflitos, mas que sempre houve canais de negociação e que, a partir do diálogo, conseguiu-se avançar nas questões conflituosas.
“João Alves sempre discordou da escola republicana e nunca mostrou boa vontade para implementar, uma escola pública de qualidade, com condições de socializar o conhecimento.
Fomos pro embate com ele, fiz greve de fome, fizemos todas as abordagens de luta que a classe trabalhadora usa para abrir o diálogo, e conseguimos. Com Valadares, fomos pra porta do Palácio de veraneio, e ele teve que nos receber.
Com o governador Albano Franco, o abordamos na porta de uma igreja evangélica, e ele nos ouviu, agendando audiência. Até no dia da sua diplomação, nós o abordamos e conseguimos audiência. Numa solenidade com o ministro da Previdência, o abordamos na sua chegada e foi marcada a audiência em que o professor Iran, como presidente do SINTESE, conseguiu negociar o nosso Plano de Carreira”, lembrou.
Longe da realidade Em relação aos fatos ocorridos na reinauguração do Parque dos Cajueiros, no dia 20/4, Ana Lúcia ressaltou que o que vem sendo colocado, de que os professores fizeram baderna, está longe de ser a realidade.
“Não houve baderna alguma, em nenhum momento, e eu estava lá. O que estimulou os professores a seguirem a comitiva do governador foi quando as companheiras Ângela e Lúcia abordaram o governador e disseram que estavam ali porque queriam marcar uma audiência, e Déda não deu atenção.
E isso foi o que provocou a revolta nos professores, e Déda sabe bem o que é isso”, explicou Para Ana Lúcia, democrático é quando os governos negociam os conflitos a partir do diálogo, que tem que ter convencimento.
“Não basta um governo dizer a sua verdade é querer que os servidores aceitem essa verdade. A verdade não é absoluta, ela é relativa. Portanto, tem que ter o convencimento e esse governo precisa provar com números e dados essa verdade que ele sustenta”, disse.
A parlamentar lembrou que a resolução do 4º Congresso do Partido dos Trabalhadores, realizado no ano passado, defende empenho dos governos petistas para a consolidação do pagamento integral do piso salarial nacional aos trabalhadores da educação, com esforços na implementação da lei, já considerada constitucional pelo STF.
“Como deputada petista, cumprindo com resolução do nosso partido, faço um apelo ao governador e companheiro Marcelo Déda para que ouça não só os professores, mas que receba a instituição que representa esses trabalhadores, o sindicato.
Conclamo ao nosso governo que receba essa categoria”. Nenhum escândalo A petista lembrou, ainda, que ao ingressar na carreira de professora, em 1973, ganhava dez salários mínimos (equivalente hoje a R$ 6.220,00) e não era nada excepcional.
“Agora é um escândalo, e não tem nenhum professor que hoje, em sala de aula, ganhe dez salários mínimos”, enfatizou. Ela destacou o fato de o ministro da Educação, Aloísio Mercadante, do PT, ser o ministro que mais está dialogando com os trabalhadores, e que já recebeu, desde que tomou posse, por três vezes a CNTE, confederação da categoria, cuja pauta principal é o piso salarial do magistério.
Por: GEORGE W. O. SILVA Ligue: 9977-1231 (Vivo) | 9935-0006 (Claro)