“É preciso que o gestor público tenha vontade de fazer, seja responsável, tenha planejamento e trabalhe com uma equipe técnica competente para enxergar o sofrimento do povo. Tem que sair do gabinete e entrar na casa do cidadão”, apelou o vereador Nitinho Vitale (PSD), na manhã desta quinta-feira, 31.
“A queda na arrecadação compromete as receitas dos municípios e do Estado, ameaça a gestão pública e prejudica diretamente a população, as famílias; com a falta de assistência, de saúde, de medicamentos. O cidadão entra em estado de desespero por falta de uma cirurgia”, alertou o parlamentar durante pronunciamento no Grande Expediente da sessão legislativa da Câmara Municipal de Aracaju (CMA).
Nitinho convocou os poderes legislativos de todo país a se somarem à manifestação dos prefeitos e dos governadores, que pedem uma solução ao Governo Federal.
“A queda na arrecadação é um problema de todo Executivo e também do Legislativo. A crise começa lá e vai chegar aqui. Em Sergipe, 57% dos municípios já operam no vermelho. Com a queda da arrecadação há uma tendência forte de comprometimento do pagamento das folhas dos servidores e também de pagamentos de terceirizados e fornecedores”, chamou atenção, prevendo o início de uma crise aguda com potencial para gerar instabilidade econômica, desempregar mais pessoas e causar conflitos sociais.
“O Estado de Sergipe já sofreu uma redução de R$ 50 milhões na arrecadação”, argumentou Nitinho, ao defender uma compensação aos entes federados.
Gastos – Ele também apela para que, neste momento de baixa arrecadação, os gestores públicos ajam com prudência, evitem gastos desnecessários e que tenham sensibilidade para enxergar a vulnerabilidade da população, que já sofre com insuficiência alimentar, falta de assistência, conflitos, violência urbana e até casos mais extremos de dependência química.
“Já se pode perceber nas ruas do centro de Aracaju algumas aglomerações de dependentes químicos, que se assemelham a formação de uma cracolândia, como existe em São Paulo”, lamentou.
Nitinho critica a redução progressiva dos repasses do Governo Federal, oriundos da arrecadação do Imposto de Renda e do Imposto sobre Produtos Industrializados, além dos atrasos na liberação das emendas federais, necessárias para manutenção de serviços e de obras em estados e municípios.
O vereador disse temer o reflexo da crise na casa do cidadão. “Há 40 anos, eu ando nos bairros, nas casas, ouvindo as famílias e reconhecendo o sofrimento da população. É preciso entrar em cada casa para ver o sofrimento. Não dá só para ficar reclamando de dentro do gabinete, tem que sentir a dor do povo”, ponderou.
Por: Eliz Mourea/Ascom