A população brasileira, em especial o povo sergipano, continua tendo dificuldades em realizar suas transações bancárias. Pois, bancários e banqueiros não chegaram a um acordo e com isso, a greve continua por tempo indeterminado.
Após a assembleia geral, na última segunda-feira, dia 07, às 18h50, os bancários sergipanos decidiram manter o movimento grevista e fortalecer a paralisação nos bancos federais e privados, por não concordar com a contra proposta patronal.
A greve também continua nas agências do Banco do Estado de Sergipe (Banese). Em assembleia específica, os baneseanos também recusaram por maioria a proposta da direção do banco estadual. Veja abaixo as propostas apresentadas pela Fenaban e pelo Banese.
A greve nacional no setor financeiro completou no dia 07 de outubro o 19º dia. “A força da nossa greve quebrou o silêncio dos patrões. Ainda assim, a proposta apresentada pela Federação Nacional dos Bancos foi considerada insuficiente e a orientação do Comando Nacional dos Bancários é pela permanência da greve até que os bancos apresentem proposta mais satisfatória”, afirma o presidente do Sindicato dos Bancários de Sergipe (SEEB/SE) José Souza.
Em todo o País estão fechadas no Brasil cerca de 11.000 agências e centros administrativos em todos os estados da federação e do Distrito Federal.
Propostas da Fenaban
Na última sexta-feira dia 4, a Fenaban elevou de 6,1% para 7,1% o índice de reajuste sobre os salários (aumento real de 0,97%) e para 7,5% sobre o piso salarial (ganho real de 1,34%). A proposta mantém as regras da PLR do ano passado.
O Comando Nacional encaminhou documento à Fenaban reafirmando a necessidade de os bancos apresentarem uma nova proposta que de fato atenda às reivindicações econômicas e sociais dos bancários.
O Comando também espera que os bancos públicos retomem as negociações específicas.
Reajuste: 7,1% (0,97% de aumento real).
Pisos: Reajuste de 7,5% (ganho real de 1,34%).
– Piso de portaria após 90 dias: R$ 1.138,38.
– Piso de escriturário após 90 dias: R$ 1.632,93.
– Piso de caixa após 90 dias: R$ 2.209,01 (que inclui R$ 391,13 de gratificação de caixa e R$ 184,95 de outras verbas).
PLR regra básica: 90% do salário mais valor fixo de R$ 1.694,00 (reajuste de 10%), limitado a R$ 9.011,76.
PLR parcela adicional: 2% do lucro líquido distribuídos linearmente, limitado a R$ 3.388,00 (10% de reajuste).
Auxílio-refeição: de R$ 21,46 para R$ 22,98 por dia.
Cesta-alimentação: de R$ 367,92 para R$ 394,04.
13ª cesta-alimentação: de R$ 367,92 para R$ 394,04.
Auxílio-creche/babá: de R$ 306,21 para R$ 327,95 (para filhos até 71 meses). E de R$ 261,95 para R$ 280,55 (para filhos até 83 meses).
Adiantamento emergencial – Não devolução do adiantamento emergencial de salário para os afastados que recebem alta do INSS e são considerados inaptos pelo médico do trabalho em caso de recurso administrativo não aceito pelo INSS.
Prevenção de conflitos no ambiente de trabalho – Redução do prazo de 60 para 45 dias para resposta dos bancos às denúncias encaminhadas pelos sindicatos, além de reunião específica com a Fenaban para discutir aprimoramento do programa.
Adoecimento de bancários – Constituição de grupo de trabalho, com nível político e técnico, para analisar as causas dos afastamentos.
Inovações tecnológicas – Realização, em data a ser definida, de um Seminário sobre Tendências da Tecnologia no Cenário Bancário Mundial.
A proposta rejeitada pelos baneseanos
01_ Compromisso de manutenção das garantias e benefícios já adotados em acordo do ano anterior, relativos à Minuta Específicas do Banese;
02_ Reajuste salarial no mesmo índice a ser definido no acordo nacional da Fenaban/Contraf, conforme proposto pela Fenaban em nível nacional;
03_ Pagamento de abono de R$ 700 reais (setecentos reais);
04_ Alteração de 2,7 para 3,1 das moedas destinadas aos coordenadores de Caixa, Atendimento e Retaguarda, em atendimento à cláusula 31ª;
05_ Garantir a representação sindical da base no Banco, constituída por iniciativa do SEEB/SE, sendo 5 (cinco) representantes para todos os funcionários do Banco, condicionado a que as reuniões não coincidam com o horário de trabalho, assegurando-se a garantia de emprego na forma do artigo 543 da CTL, em atendimento à cláusula 18ª;
06_ Reajuste de 10% na função gratificada dos coordenadores de Caixa, Retaguarda e Atendimento, acima do reajuste definido no acordo nacional, em atendimento à cláusula 34ª;
07_ Adesão ao Programa Vale Cultura, assim que for normatizado pelo governo federal, em atendimento à cláusula 42ª;
08_ Redução de taxa de juros e ampliação do prazo praticado nas operações de empréstimos da modalidade consignado, para os empregados da ativa, licenciados e aposentados, conforme a seguir atendimento à cláusula 52ª: prazo de até 12 meses, taxa de 0,80; de até 13 a 24 meses, taxa de 1,10; e de 25 a 72 meses, taxa de 1,20.
As principais reivindicações dos bancários
> Reajuste salarial de 11,93% (5% de aumento real além da inflação)
> PLR: três salários mais R$ 5.553,15.
> Piso: R$ 2.860,21 (salário mínimo do Dieese).
> Auxílios alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: R$ 678 ao mês para cada (salário mínimo nacional).
> Melhores condições de trabalho, com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoece os bancários.
> Emprego: fim das demissões, mais contratações, aumento da inclusão bancária, combate às terceirizações, especialmente ao PL 4330 que precariza as condições de trabalho, além da aplicação da Convenção 158 da OIT, que proíbe as dispensas imotivadas.
> Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os bancários.
> Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós-graduação.
> Prevenção contra assaltos e sequestros, com o fim da guarda das chaves de cofres e agências por bancários.
> Igualdade de oportunidades para bancários e bancárias, com a contratação de pelo menos 20% de negros e negras.
Fotos ilustrativas:
Reprodução e adaptação: Imprensa1.com.br
Fonte: Déa Jacobina /Ascom dos Bancários