O Brasil vai liderar a estratégica de luta global contra a tuberculose (TB) nos próximos três anos. O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandeta, assume, ainda neste ano, a presidência do Conselho da Stop TB Partnership. A instituição, que busca eliminar a tuberculose no mundo, é vinculada a Escritório das Nações Unidades de Serviços para Projetos (UNOPS/ONU) e conta com cerca de 1.700 representantes em mais de 100 países, incluindo governos, organizações internacionais, agências de pesquisa e financiamento, além de fundações e ONGs.
Para marcar a oficialização da indicação do Brasil na liderança de um movimento mundial de luta contra a doença, o Ministério da Saúde anunciou, nesta segunda-feira (9), a incorporação no Sistema Único de Saúde (SUS) de uma nova formulação, simplificada e com mesma eficácia, para o tratamento de crianças menores de 10 anos.
“A tuberculose é umas das principais causas de morte em todo o mundo: em 2017, foi responsável por cerca de 1,3 milhão de mortes. Apesar desse enorme preço para a saúde, a resposta à tuberculose foi, por muito tempo, lenta e subfinanciada, principalmente na área de pesquisa e inovação. Por isso, meu compromisso é promover ações colaborativas envolvendo diferentes países para inovação no diagnóstico, tratamento e atenção a essa doença, reduzindo óbitos e os impactos na vida dos nossos cidadãos”, assegurou o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta.
A diretora-executiva da Stop TB, Lucica Ditiu, participou de reuniões com o Ministério da Saúde nesta segunda-feira (9), em Brasília (DF).
“Basicamente, estamos colocando o Brasil na vanguarda da luta contra a tuberculose, porque é um parceiro da Stop TB. Estamos levando o mundo a eliminar a tuberculose, por isso, estamos trazendo não apenas ele [o ministro da saúde] como indivíduo, com sua formação e liderança, mas também a experiência que o Brasil fez ao longo de tantos anos em um esforço para combater a tuberculose e basicamente conseguir alcançar tanto em um país com uma carga tão alta”, destacou, Lucica Ditiu, diretora-executiva da Stop TB.
Atualmente, a presidência é exercida pelo ministro da Saúde da África do Sul, Aaron Motsoaledi, que permaneceu no posto por dois mandatos (seis anos). A apresentação da candidatura do ministro Mandetta ao cargo ocorreu durante a Assembleia Mundial da Saúde, realizada em Genebra (Suíça), em maio de 2019.
Aqui no Brasil, o tratamento da tuberculose é ofertado exclusivamente pelo SUS. No caso do tratamento infantil, para menores de 10 anos, tem-se a combinação de três medicamentos (rifampicina 75 mg + isoniazida 50 mg + pirazinamida 150 mg) na fase intensiva da doença e dois na fase de manutenção (rifampicina 75 mg + isoniazida 50 mg). Em ambos os estágios, a criança precisa tomar medicamentos simultaneamente, ou seja, de uma só vez.
A partir de agora, o Ministério da Saúde tornará esse tratamento mais simples e, portanto, mais aceitável para as crianças. Com a decisão da incorporação publicada no Diário Oficial da União desta segunda-feira (9), o SUS passará a ofertar uma dose fixa combinada dos fármacos de cada fase, que serão reunidos em um único comprimido que pode ser solúvel em água.
Com a iniciativa, o Brasil se alinha a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Fundo das Nações Unidades para a Infância (UNICEF), que defendem que os medicamentos em dose única combinada são uma oportunidade para simplificar e melhorar o tratamento de tuberculose nas crianças, além de possibilitar a melhora da adesão e da completude do tratamento.
A expectativa é de que essa apresentação esteja disponível no SUS até o próximo ano, beneficiando cerca de 1,5 mil crianças menores de 10 anos. Em 2017, ¼ das crianças com tuberculose nesta faixa etária não se curaram da doença – o que corresponde a aproximadamente 400 crianças.
Reproduzido por: imprensa1.com
Ministerio da Saúde
Amanda Costa e Jessica Cerilo
Foto: Erasmo Salomão