
A Tribuna Livre da Câmara Municipal de Aracaju recebeu, na manhã desta terça-feira, 16, o fisioterapeuta e dirigente do Sindicato dos Trabalhadores Fisioterapeutas de Aracaju (Sintrafa), Alysson Paulino, que representou sindicatos de seis categorias: nutricionistas, fisioterapeutas, psicólogos clínicos, fonoaudiólogos, farmacêuticos e terapeutas ocupacionais. O objetivo é destacar a importância desses profissionais na rede municipal de Aracaju, apresentar a campanha de correção de distorção salarial e demonstrar o estudo de seu impacto financeiro, que foi realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
Alysson Paulino iniciou seu discurso enfatizando que os profissionais sempre prezaram por um atendimento de qualidade à população. “Muitas vezes, os sindicatos ficam marcados apenas por pleitos salariais, mas eu posso dar a minha palavra que todos esses colegas que estão aí diariamente são dedicados ao melhor atendimento à população, baseados nas melhores práticas internacionais”.
Em seguida, o dirigente destacou que essa luta é antiga e que eles sempre fazem questão de apresentar os estudos sobre o quanto que essa correção irá impactar no orçamento público, o que, segundo a análise que foi feita, gerará um impacto pequeno e é tranquilamente absorvível pelas finanças do município. Na sequência, ele apresentou os detalhes do estudo realizado pelo Dieese, que teve como base os dados do Portal da Transparência da Prefeitura Municipal de Aracaju, tendo como referência o mês de março deste ano e levou em consideração os vencimentos brutos, sem gratificações transitórias ou remunerações adicionais.
De acordo com os dados gerais da folha de pagamento, há um total de 91 profissionais efetivos, sendo 19 farmacêuticos, 11 fisioterapeutas, 6 fonoaudiólogos, 13 nutricionistas, 34 psicólogos clínicos e 8 terapeutas ocupacionais. “Enquanto essa distorção salarial continuar, a tendência da prefeitura é perder esses profissionais”, afirmou Alysson.
O estudo do Dieese demonstrou que o custo atual da folha de pagamento está em R$ 364.392,77 e após o reajuste pleiteado ficaria no valor de R$ 517.437,73, quantia que corresponde a um acréscimo de 1,32% consolidado a 12 meses para a Secretaria Municipal da Saúde e um acréscimo de 0,18% consolidado a 12 meses para a prefeitura de Aracaju.
Ao finalizar seu discurso, Alysson fez um apelo aos parlamentares. “A gente faz um apelo para que, quando as leis orçamentárias estiverem nesta Casa, não deixem de considerar tudo isso”, em alusão a uma possível previsão dessas demandas na Lei Orçamentária Anual de 2026 e ao Plano Plurianual do Município, que abrange os anos de 2026 a 2029, documentos que serão analisados e votados pelos vereadores até o final deste ano.
O que disseram os vereadores
A vereadora Professora Sonia Meire (PSOL) demonstrou indignação com a desvalorização dessas categorias profissionais. “No fundo, a destruição da carreira e a desvalorização dos profissionais é um projeto de destruição da própria política pública, sem concurso, sem valorização e sem reconhecimento”, disse ao enfatizar que vai lutar para incluir essas demandas no PPA. O vereador Iran Barbosa (PSOL) parabenizou todas as entidades envolvidas nessa campanha e ressaltou que, quando se fala em valorização do profissional do serviço público, há a necessidade de assegurar condições de formação inicial e continuada, melhores condições de carreira e de trabalho.
O vereador Alex Melo (PRD) disse estar confiante de que essa realidade vai melhorar. “Que isso venha a ter um fim agora, pois nós temos uma prefeita que tem um olhar diferente para essas classes trabalhadoras, também temos um parlamento diferente, com um olhar mais sensível, então nós queremos nos somar a essa luta”.
A vereadora Thannata da Equoterapia (Mobiliza) apresentou uma fala no mesmo sentido. “Quando vocês tiverem a oportunidade de levar todos esses anseios e explicar que não vai ter impacto financeiro, que a solução é real e factível, eu tenho certeza que a nossa prefeita irá acolher vocês da maneira que vocês merecem”. O vereador Camilo Daniel (PT) afirmou que os parlamentares da Casa têm se posicionado sempre com muita autonomia e que, em relação à LOA e ao PPA, cabe a eles tentarem construir um consenso para garantir a valorização dessas categorias, no que depender deles.
O vereador Maurício Maravilha disse que “quando há o reconhecimento de todo o trabalho que é feito na saúde pública, tem que haver a valorização desses profissionais”. Fábio Meireles (PDT) destacou que os sindicatos estão certos em se organizarem para buscar parcerias com a finalidade de concretizar seus objetivos e atender a esse pleito justo.
Em seguida, o vereador Lúcio Flávio (PL) se mostrou à disposição para contribuir com esse diálogo com a prefeitura para avançar nessa pauta. Por fim, o vereador Pastor Diego (União Brasil) chamou a atenção para a necessidade de mudar essa realidade que já se arrasta por 14 anos e que é urgente a necessidade de valorização desses profissionais que cuidam da vida das pessoas.
Foto: Luanna Pinheiro
Por: Fernanda Nery