A Assembleia Legislativa de Sergipe fez a entrega do título de cidadão sergipano ao cineasta Hermano Penna. A sessão especial foi realizada no final da tarde desta segunda-feira, dia 18.
A homenagem foi uma proposta do deputado estadual João Daniel (PT) como forma de reconhecer o trabalho de divulgação de Sergipe feita por Hermano em seu trabalho cinematográfico. Além dos deputados, amigos, artistas e autoridades prestigiaram a sessão, a exemplo
Entre os presentes, o chefe do gabinete militar de Sergipe, coronel Luiz Fernando Silva de Almeida, representando o governo do Estado; o presidente do Tribunal de Contas do Estado de Sergipe (TCE), conselheiro Carlos Pinna de Assis; Wellington Mangueira, representando a Secretaria de Estado da Cultura (Secult); Aglaé Fontes, vice-presidente da Funcaju, representando a Prefeitura de Aracaju; e o professor da Universidade Federal de Sergipe (UFS) José Paulino.
O deputado João Daniel, autor da propositura que concedeu o título a Hermano Penna, disse que era uma honra propor, como deputado estadual, esta homenagem ao cineasta. “Este grande homem que tem divulgado o Estado de Sergipe. Mais do que isso. Ele tem um compromisso histórico com nossa cultura e com o Brasil”, disse. João Daniel lembrou que todos os filmes de Hermano retratam a história e a vida do povo brasileiro.
“Portanto, para nós é motivo de muito orgulho conceder esse título a Hermano que representa a história do povo sergipano, brasileiro, nordestino e, mais do que isso, um grande conhecedor da cultura e da história de nosso povo”, declarou o parlamentar. Ainda em seu discurso de saudação ao homenageado, João Daniel ressaltou que, além de uma honra, a entrega desse título é uma obrigação de Sergipe, por todos os serviços em prol da divulgação do Estado feitos por Hermano.
Orgulho
Com orgulho da honraria que acabara de receber, Hermano Penna em seu discurso de agradecimento na tribuna da Assembleia disse que seu coração transbordava de alegria pelo título de cidadão sergipano recebido. Ele falou que sua relação com Sergipe vem de longa data, quando, ainda na adolescência, vinha da Bahia, onde morava, para Sergipe. “E a imagem que eu tive do Estado e de Aracaju ficou na minha memória eternamente, a imagem da liberdade e da beleza”, disse.
Hermano acrescentou que se sentia extremamente honrado. “Afinal de contas, não há honra maior que se possa ter em vida do que ser escolhido por um povo para ser filho, irmão e companheiro da história e do destino que eu passo a ser de Sergipe agora”, ressaltou.
Para ele, a honraria recebida nesta segunda-feira é a mais profunda de todos os prêmios que recebeu em sua vida. Mas, mais que homenagem, Hermano Penna afirmou que o título traz consigo um compromisso maior com o povo de Sergipe e o Estado. “A partir daqui me ligo muito mais a um destino futuro do povo sergipano. Como homem de cultura quero continuar levando a cultura, seja ela popular ou erudita, e os talentos sergipanos a todos os quadrantes e mais quadrantes ainda do que já fiz até hoje. É uma honra e é um compromisso”, declarou.
Em seu discurso, Hermano Penna agradeceu à Assembleia Legislativa por ter, por unanimidade, aprovado a concessão do título de cidadão sergipano para ele. “Quero também agradecer muito ao deputado João Daniel e aos amigos que, tenho certeza, participaram dessa homenagem”, concluiu, ao parafrasear Guimarães Rosa dizendo que Sergipe é do tamanho do mundo.
Trajetória
Nascido na cidade do Crato, no Ceará, no ano de 1945, Hermano Penna cresceu em Salvador (BA). Ainda na adolescência passou a ter esse contato maior com Sergipe, onde fez amizades que duram até hoje e começou essa relação com o Estado que o abraçou e hoje o tem como filho legítimo. No ano de 1966 foi estudar na Universidade de Brasília. Lá ingressou como aluno especial e contratado como auxiliar didático do Instituto Central de Artes. Na Universidade, com outros alunos, participou da refundação do curso de Cinema, que fora extinto logo após o golpe militar de 1964.
No ano de 1977, Hermano veio profissionalmente a Sergipe realizar o Globo Repórter “A mulher no cangaço”, na cidade de Poço Redondo. Em seguida, veio o longa “Sargento Getúlio”, baseado na obra de João Ubaldo Ribeiro, também rodado em Poço Redondo, do qual participaram artistas locais, como Antônio Leite, Amaral Cavalcante e Orlando Vieira.
Mais recentemente, outro trabalho de Hermano Penna feito em terras sergipanos e com história inspirado num agora conterrâneo ganhou as telas: “Aos ventos que virão”. “A cultura popular me encanta e a cultura erudita também, os artistas, os historiadores e escritores de Sergipe”, declarou Hermano Penna, que no momento está finalizando um documentário que se chama “Muito além do cangaço”, uma cinebiografia documental de “Zé Julião”, personagem que inspirou o cineasta na realização de “Aos ventos que virão”.
Fotos: Renato Sales/ Assessoria parlamentar
Por:Edjane Oliveira/Assessoria de Imprensa deputado João Daniel