Enquanto aguarda o conteúdo da delação premiada do ex-diretor de Refino e Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que apura denúncias de corrupção na estatal está recebendo outros documentos relevantes para a investigação. É o caso da transferência de sigilos bancários de alguns dos investigados.
Nestas duas últimas semanas, chegaram à comissão de inquérito dados dos bancos Bradesco, Itaú, HSBC, Caixa Econômica Federal e Banco Safra. Entre os arquivos, estão movimentações do doleiro Alberto Youssef e de Paulo Roberto Costa, dois dos principais acusados de operarem um esquema de desvio de dinheiro que teria movimentado ilegalmente R$ 10 bilhões, segundo a Polícia Federal. Ambos estão presos no Paraná.
Os bancos enviaram também sigilos das duas filhas de Paulo Roberto, Ariana e Shanni, e dos dois genros dele, Humberto Sampaio de Mesquita e Márcio Lewkowicz. Os quatro também são investigados por participação no esquema. Além disso, no dia em que foi deflagrada a operação Lava Jato, responsável por desmantelar a quadrilha, a Polícia Federal informou que eles retiraram documentos e dinheiro do escritório da Costa Global Consultoria, empresa de Paulo Roberto, na tentativa de ocultar provas.
Com isso, os parlamentares têm em mãos detalhes sobre créditos e débitos de movimentações, sejam elas em contas correntes, poupanças, investimentos em fundos, títulos e valores mobiliários, de renda fixa ou variável, além de operações de câmbio. As informações são sigilosas e estão disponíveis somente para os parlamentares integrantes da comissão e assessores autorizados por eles.
Quanto à delação premiada do ex-diretor da estatal, o processo só será enviado ao Legislativo depois de sua homologação pela Justiça, segundo informou na terça-feira (23) o presidente da CPMI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), após reunião de integrantes da comissão com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski.
Fonte: Agência Câmara