Na manhã desta quinta-feira, 25, o senador Rogério Carvalho (PT/SE) concedeu uma coletiva de imprensa para comentar sobre as expectativas em relação ao início dos trabalhos da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos Golpistas. O parlamentar enfatizou que os eventos ocorridos em 8 de janeiro de 2023, em que houve ataques aos três poderes em Brasília, não foram um ato isolado, mas, sim, “o ponto culminante de uma série de tentativas de ataque às instituições e à democracia brasileira”.
Durante a coletiva, Carvalho destacou uma sequência de acontecimentos que antecederam os atos golpistas de janeiro. “A expectativa é que consigamos provar para a sociedade brasileira que o que ocorreu no dia 08 de janeiro não foi um ato isolado. Foi o ápice de várias tentativas de ataques às instituições e a democracia brasileira. O primeiro deles foi antes das eleições, quando o filho do presidente disse que com um jipe, dois cabos e um sargento fecharia o STF, o segundo foi quando o próprio Jair Bolsonaro estimulava ataques às instituições, depois o 07 de setembro de 2021 e, ainda, o questionamento das urnas. Todos os atos que Bolsonaro fazia tinham o intuito de ferir e atacar o estado democrático de direito”, afirmou.
Além disso, Carvalho ressaltou que Bolsonaro estimulava ataques às instituições, citando também o episódio de 7 de setembro de 2021 e os questionamentos sobre a confiabilidade das urnas eletrônicas. Segundo o senador, todas as ações de Bolsonaro tinham como objetivo ferir e atacar o estado democrático de direito. “É importante dizer que muitas pessoas se reuniram e trabalharam para isso. Existem documentos que comprovam isso. A CPMI tem o foco de mostrar quem esteve por trás disso tudo, tanto politicamente quanto financeiramente”, disse.
“Portanto, a CPMI tem como objetivo revelar quem esteve por trás dessas ações e esclarecer suas motivações. O debate, aqui na CPMI, tem o cunho político para identificar quais foram os atores políticos nessa tentativa de golpe. Quem organizou, qual a motivação? Isso não brota do nada, não nasce do zero. Não existe geração espontânea em um fato como o que ocorreu. Alguém criou e cultivou. Vamos trazer à luz o envolvimento deles nesse crime. Porque existem atores intelectuais desse crime contra a democracia e a CPMI deve responder todas essas questões”, acrescentou.
Bolsonaro está na lista de todos os brasileiros que desejam esclarecimentos sobre o crime
Ainda durante a coletiva, o senador Rogério Carvalho expressou o desejo de convocar pessoas que estiveram envolvidas nos eventos ocorridos nos últimos cinco anos, incluindo aqueles que, durante a pandemia, seguiram orientações que resultaram em mortes. Carvalho sugeriu, também, que aqueles que financiaram experimentos em seres humanos durante a pandemia de Covid-19 também estavam envolvidos na tentativa de golpe contra a democracia. “O ex-presidente Bolsonaro está na minha lista e na lista de todo o Brasil. Ele está na lista de todos aqueles que querem ver esse episódio do 08 de janeiro publicamente revelado com toda a sua crueldade com o povo e com toda a democracia brasileira”, assegurou.
“Mauro Cid e General Heleno também. Mas eles são pessoas óbvias. O General Heleno era um dos que articulavam e se reunia com outros generais na preparação de um ato golpista. Então, todos esses são nomes que devem estar na lista de convocados. O momento em que serão ouvidos decidiremos ao longo da CPMI”, explicou.
“Outros nomes serão revelados”
Carvalho destacou, ainda, a importância de a CPMI revelar quem foram os políticos, ministros, diretores, secretários ou militares que estiveram, de alguma forma, envolvidos nesse processo, reforçando que os atos não surgiram espontaneamente, mas foram cultivados por alguém. “A paralisação dos caminhoneiros, antes da diplomação do presidente Lula, a tentativa de obstruir a chegada de eleitores às urnas no Nordeste, entre muitas outras questões. Quem estava no Estado Brasileiro, seja políticos, ministros, diretores, secretários, militares que estavam urdindo esse golpe contra o povo brasileiro e contra a democracia”, detalhou.
“Temos ideia de quem esteve por trás dos eventos ocorridos nos últimos cinco anos, pessoas que durante a pandemia incentivaram que pessoas morressem, seguindo a orientação do então presidente. Quem financiou a experiência em seres humanos no Brasil, durante a pandemia de Covid-19, com certeza, financiou a tentativa de golpe contra a nossa democracia”, complementou.
Por: John Santanna/Ascom