A delegada Mariana Amorim, titular da Delegacia de Itaporanga D’Ajuda, responsável pela investigação dos supostos abusos sofridos por quatro irmãs, quando moravam com a mãe e o padrasto, no Munícipio, negou que tenha tentado coagir ou pressionar as meninas durante as oitivas. A denúncia foi feita pela avó e pelo pai das meninas na última sexta-feira, 1°.
De acordo com Mariana, a oitiva das meninas foi feita com a presença de outros profissionais. “Justamente para evitar essas denúncias, levamos outra delegada, além de uma psicóloga e um conselheiro tutelar de Itaporanga, ou seja, conversamos com a presença de profissionais capacitados para lidar com crianças”, disse.
Sobre a suposta pressão alegada pela avó que afirmou que a delegada havia feito, Mariana Amorim ressaltou que os transtornos começaram na própria oitiva das meninas, lá em Maceió. “Foi com o próprio conselheiro tutelar que queria entrar na força na sala e eu não permiti. Tenho que ter a liberdade de investigar. São oito anos no cargo de delegada e a SSP não tem nada para falar da minha conduta. O que falei com elas foi pedir para que elas contassem o que estava acontecendo porque o que elas estão dizendo na imprensa não condiz com a investigação”, ressaltou.
A delegada revelou, ainda, que decidiu levar os profissionais para participarem das oitivas por entender que podiam ajudar no caso. “Levei os profissionais comigo porque são pessoas que trabalham na cidade há sete anos e fizeram trabalho nas escolas que essas meninas passaram, nas vizinhanças e ninguém confirma maus tratos contra elas”, disse Mariana.
Outro questionamento feito pela avó das meninas foi de que a delegada não permitiu que as meninas fossem ouvidas com a presença dos familiares. A avó também alega que foram ouvidas somente com a delegada e separadas. “Eu poderia sim fazer isso, se quisesse. A lei me permite, mas diante da repercussão senti necessidade de levar outras pessoas comigo”, completou a delegada.
“Essas meninas estão assustadas, em alguns momentos falavam sobre o ocorrido, outras não e se perdiam nas versões e alguns detalhes foram divergentes da outra. Essa conversa não foi para saber se estavam mentindo ou falando a verdade. Isso não cabe a mim. É necessário acompanhamento psicológico das meninas para saber até que ponto elas falam o que aconteceu. Eu trabalho com fatos e provas. Existe alegação de abuso sexual e de maus tratos e estamos investigando para saber o que aconteceu”, assegurou.
Sobre a suposta exploração sexual, a delegada afirmou que não há indícios do ocorrido. “Esse é o caso mais difícil de comprovar porque os nomes alegados por elas são genéricos. Fizemos operação semana retrasada em Itaporanga e já queriam atrelar ao caso das meninas. O rapaz que foi preso foi por causa de drogas e não tem nada com esse caso”, completou.
Por Bruno Almeida
Foto: Marcos Couto