A presidente da Assembleia Legislativa, deputada estadual Angélica Guimarães (PSC), ocupou a tribuna na tarde desta segunda-feira (4), para responder as agressões proferidas pelo governador Marcelo Déda (PT) em uma solenidade do governo, no município de Japoatã, semana passada.O petista a acusou de “traíra” e deixou nas entrelinhas que “tinha sido apunhalado pelas costas” pelo grupo político da parlamentar. Angélica disse que seu sentimento era de decepção, mas que não mudaria seu discurso e sua postura ética, e que não aceitaria que lhe imputassem a pecha da “traição”.
“Inicialmente quero agradecer ao governador Marcelo Déda que foi à Japoatã para inaugurar uma quadra de esportes na Escola Estadual Josino Menezes. É um benefício que está servindo e vai continuar servindo para os jovens da nossa escola. Agora quero dizer que, neste momento, meu sentimento é de decepção com relação às palavras proferidas por ele no meu município. Quando ele disse que não é traíra e que foi apunhalado pelas costas”, colocou a presidente da Assembleia Legislativa.
Em seguida, Angélica Guimarães disse que lamenta o fato de o governador se ressentir ainda pelo resultado da eleição da Assembleia Legislativa.
“Esse é um tema vencido e quando o governador diz na minha cidade ao meu povo que não é traíra, ele deixa nas entrelinhas que nós o traímos. Quero dizer que na minha história não existe a palavra traição. Não é ele e nenhum cidadão sergipano que vai colocar a pecha de traição na minha história! Aí o governador vai inaugurar uma quadra na escola onde estudei desde menina e coloca que o punhal que o apunhalou não vai mais lhe apunhalar?”, questionou.
“Com o sentimento de traição venho à tribuna para dizer que nunca trair ninguém! Muito pelo contrário. O meu povo foi para as ruas pela primeira vez para votar no PT, tanto na minha cidade quanto no meu Estado. Quem será que traiu quem?
Levamos o nosso grupo para votar pela reeleição do governador, assim como fez o meu partido o PSC e todas as legendas que estão integradas com o nosso grupo. Eu nunca fui votada pelo PT, em tempo algum.
É por isso que o sentimento é de decepção. E ainda me agride, na minha cidade, sem a minha presença lá?”, acrescentou a presidente da AL.
Angélica Guimarães disse ainda que vai manter o sentimento de gratidão. “Eu não abro mão e acho que o governador não deveria abrir desse sentimento nobre.
Aí o governador vai até minha cidade e diz que ele asfaltou minha cidade, dizer que ele preparou tudo para quando eu assumisse o governo em exercício realizasse as obras. Quero dizer que dois governadores não sentam no mesmo lugar, na mesma hora e no mesmo tempo. Nada que digo aqui afasta minha gratidão por aquele momento em que assumi o governo interinamente. Aquilo foi nobre e histórico”. “Se eu não tivesse sentada naquela cadeira, o asfalto não teria chegado até minha cidade. E, constitucionalmente, eu só poderia sentar naquela cadeira depois que o governador se levantasse. Nunca faltei com o governador nas votações desta Casa, quando enfrentamos temas polêmicos”, disse, complementando que “este é um momento de reflexão. O governador deve deixar essa história de eleição da AL como matéria vencida. O povo não quer saber mais isso. Quer saber o que o governador está fazendo na Saúde e na Educação”. Por fim, Angélica disse que “o governador fala muito em ética, mas será que é ético o que ele fez em nossa cidade? Não vou rasgar minha história de ética e dignidade. Sobre a eleição da Mesa a primeira pessoa que fui informar foi o governador que a chapa era mesma e era única. Não houve entendimento, paciência! Nós realizamos a eleição e tudo foi avisado e informado. O governador não pode usar como subterfúgio a eleição da AL para não querer mais a aliança com o PSC e partidos aliados. Não houve traição alguma nesse processo”. Habacuque Villacorte, da Agência Alese